A menina abriu o armário e tirou quatro ovos. Cozido? Estrelado? Mexido? Escalfado? Hoje vai comê-lo cru.
terça-feira, 30 de dezembro de 2008
domingo, 28 de dezembro de 2008
Why can't I sleep...
The One You Love - Rufus Wainwright
...with my eyes open?
(já repararam quem aparece aí toda loira platinada?)
quinta-feira, 25 de dezembro de 2008
E a melhor prenda deste Natal...
Como dizia o Zeca, "venham mais cinco", mais dez, mais vinte, o meu sorriso há-de ser sempre do tamanho do mundo ao receber uma notícia destas!
quarta-feira, 24 de dezembro de 2008
A Gema é que sabe
Leitores do Ovo, desafio-vos a cantar por esse mundo fora, na rua, à porta do vizinho, na cozinha, na banheira, do fundo do copo de vinho, onde quiserem, mas abram bem essas goelas! All I want for Christmas is you!! A Mariah Carey é a maior.
Aos nossos leitores
E a todo o Portugal
O Ovo deseja um Feliz Natal!
Um regresso e um Feliz Natal!
FELIZ NATAL!!!
segunda-feira, 22 de dezembro de 2008
Declaração
Como Dizia O Poeta - Vinicius De Moraes e Toquinho
Estou farta de que homens novos falem como velhos. Estou farta de que homens novos digam que já não acreditam no amor, na paixão, na bondade humana, no Pai Natal, quando ainda vão a um terço da vida. Estou farta de homens novos que não fazem ideia do que será o dia de amanhã, mas pensam que já descobriram tudo o que têm para descobrir. Estou farta de homens novos que querem forçosamente ser velhos.
Estou farta de jogos, caminhos sinuosos e atalhos. Estou farta de "tragédias de bolso". Estou farta de melodramas, dramazinhos de domingo, vidas dramáticas e dramaturgias da vida. Estou farta de fingir isto e aquilo. Estou farta de não poder sentir, dizer, fazer aquilo que gosto. Estou farta de lições de moral. Estou farta de que me digam o que posso fazer, o que não devo fazer, o que tenho mesmo de fazer, o que deveria fazer. Estou farta de que toda a gente saiba mais do que eu, melhor do que eu, em vez de mim. Estou farta de "eu bem te disse". Estou farta de ter medo de amar e medo de sofrer. Estou farta de não poder admitir que faço coisas sem pensar antes. Estou farta de não poder admitir que amo, que sofro, que choro, que rio sem parecer menos inteligente. Estou farta de ter medo da vida. Estou farta de posts sobre lágrimas e passagens de ano solitárias. Estou farta de mim própria e das sombras que pus em frente dos olhos.
Declaro aqui encerrada a minha depressão.
Natal vs. Passagem de ano
Ou talvez não. O mais provável é que eu goste do Natal simplesmente por ser uma época segura. Não preciso de pensar nem de me preocupar. Não me causa depressões. Compro prendas apenas para os meus pais e para a minha irmã; sei sempre o que comprar e sei sempre que vão gostar. De resto, a família não desaparece, não vai a lado nenhum, não se esquece de mim, não se farta de mim (ou mesmo que se farte, nunca o admite). Está ali comigo, todos os anos.
Já o fim de ano, esse sim, é uma tormenta. Porque esse é o espelho de outra parte da minha vida, uma parte tumultuosa e insegura. Não tenho dinheiro para pegar numa amiga e fugir daqui. Mesmo os amigos ameaçam dispersar-se. Ao contrário dos últimos anos, não tenho quem beijar quando for meia-noite. Até agora, as hipóteses são passar com os meus pais ou com um casal.
E o Natal é que é deprimente?
sexta-feira, 19 de dezembro de 2008
quinta-feira, 18 de dezembro de 2008
Coincidências
Clara
She had big breasts, slim legs, and blue eyes. That’s how I like to remember her. I don’t know why I fell madly in love with her, but I did, and at the start, I mean for the first days, the first hours, it all went fine; then Clara returned to the city where she lived, in the south of Spain (she’d been on vacation in Barcelona), and everything began to fall apart.
Um Natal assim
quarta-feira, 17 de dezembro de 2008
terça-feira, 16 de dezembro de 2008
Mística
Neste número, ficamos a saber, por exemplo, que o futebolista Yebda namora há sete anos com uma jovem de nome Julie e que só começaram a viver juntos em Lisboa. Yebda gosta dos centros comerciais, da Avenida da Liberdade, do Oceanário, da praia e da gastronomia portuguesa. O destaque da entrevista é uma citação do jogador que, demonstrando uma extraordinária veia humorística, faz uma jocosa referência às suas constantes mudanças de penteado: "Não se admirem se quando a Mística chegar às bancas eu já tiver mudado de visual!" A vermelho, as palavras 'Mística' e 'visual'.
Admiráveis são também os títulos que se encontram nas páginas da revista. Mesmo os textos mais minúsculos são precedidos de brilhantes expressões espremidas da criatividade infinita desta redacção. Ou talvez haja um departamento especial para o efeito. Deixo-vos alguns exemplos, retirados de um artigo que passa em revista os jogos do ano (de notar as inteligentes referências históricas):
"Enfim... conquistadores" (V.Guimarães 1 - 2 Benfica)
"Gigantesco equilíbrio" (Benfica 0 - 0 Inter de Milão)
"Nuno sebastiânico" (Rio Ave 1 - 1 Benfica)
"Com um coração do tamanho do mundo" (Benfica 1 - 1 FC Porto)
"Se não têm abatido a pantera..." (Nápoles 3 - 2 Benfica)
"Golo 5000 bordado a letras douradas" (V.Guimarães 1 - 2 Benfica)
"Feridos na madrugada" (Olympiacos 5 - 1 Benfica)
Nas páginas finais, a Mística dá-nos a conhecer a jovem Carolina Graça, à qual se refere como "uma Graça de mulher". Tem 22 anos, é alta, magra, tem dois grandes talentos e é a nova Axe Dancer (?) do Benfica. A entrevista a esta estudante de arquitectura e campeã de ginástica compõe-se de perguntas e comentários como: "Os traços faciais revelam algo de oriental em ti..." e "O namorado é ciumento?"
Já o assunto de capa é o há muito ansiado golo 5000 do Benfica, que acabou finalmente por acontecer contra o V.Guimarães. "El señor 5000" é o título da reportagem de fundo e refere-se a David Suazo, o autor deste feito épico. Revelando um domínio perfeito da metáfora, o jornalista descreve o momento: "Criação de uma obra-prima. Com letra de Aimar e música de Suazo. Assim se tocou a sinfonia do golo 5000."
segunda-feira, 15 de dezembro de 2008
E hoje, às 22.30, no Casino Lisboa...
...lá estaremos a festejar os 24 anos da nossa Ela Adormecida!!
sexta-feira, 12 de dezembro de 2008
Transparente
Nem as bananas
quinta-feira, 11 de dezembro de 2008
Cigarettes and Chocolate Milk
Uma canção do Ovo.
cigarettes and chocolate milk
these are just a couple of my cravings
everything it seems i like's a little bit stronger
a little bit thicker, a little bit harmful for me
if i should buy jellybeans
have to eat them all in just one sitting
everything it seems i like's a little bit sweeter
a little bit fatter, a little bit harmful for me
and then there's those other things
which for several reasons we won't mention
everything about them is a little bit stranger
a little bit harder, a little bit deadly
it isn't very smart
tends to make one part
so broken-hearted
sitting here remembering me
always been a shoe made for the city
go ahead, accuse me of just singing about places
with scrappy boys faces
have general run of the town
playing with prodigal sons
takes a lot of sentimental valiums
can't expect the world to be your raggedy andy
while running on empty
you little old doll with a frown
you got to keep in the game
maintaining mystique while facing forward
i suggest a reading of 'a lesson in tightropes'
or 'surfing your high hopes' or 'adios kansas'
it isn't very smart
tends to make one part
so broken-hearted
still there's not a show on my back
holes or a friendly intervention
i'm just a little bit heiress, a little bit irish
a little bit tower of pisa whenever i see you
so please be kind if i'm a mess
cigarettes and chocolate milk
Um obrigada público à Gema, que sempre foi mais sábia que eu.
Forte
quarta-feira, 10 de dezembro de 2008
As lágrimas da minha amiga
Amália
Vi ontem. Apesar de tudo o que foi dito, o filme tocou-me muito. É que, pela primeira vez, a voz da Amália chegou cá dentro. E isto, diga-se a verdade, deve-se em grande parte à fantástica actriz. Dizia sempre que não gostava muito de ouvir a Amália cantar: era uma ignorante. Ontem, tive lágrimas nos olhos sempre que ela cantou. Até a Mariquinhas me arrepiou os braços. Mesmo com a horrível ditadura, mesmo com o atraso de Portugal, mesmo com o pior provincianismo, quem me dera ter estado lá, perto daquela mulher de personalidade forte e amores grandes, ainda sem rugas, mas já madura (nunca foi nova, não é?) e dizer: Amália, canta-me o fado.
terça-feira, 9 de dezembro de 2008
Insónia
Didn't want comforting
Just company to sleep
And then in dreams we meet
And stay asleep
I awoke feeling restless
Didn't know quite where I was
Though I felt far away and cold
It was so late but my mind was curious
It was quiet, snowing with frosted windows
I had a book but wasn't reading just watching you
Didn't want comforting
Just company, oh be sweet
It could go either way
Based on what they say
I didn't wish to be somewhere else
Your face was comforting to me
I don't remember you smiling
But just the same
I didn't know you
You didn't know what to make of me
It was peaceful that night
A kind of friendship all too serious
"I couldn't sleep", Au Revoir Simone
domingo, 7 de dezembro de 2008
Post para o Snake
Ah! E vamos lançar uma petição para criares o teu próprio blog. Queremos o http://oblogdosnake.blogspot.com
Ass.: o Ovo
sexta-feira, 5 de dezembro de 2008
O meu pai deitado no divã
"Ontem levei a minha filha para Lisboa, uma situação habitual no início das semanas. Almoçámos em Leiria ainda e arrancámos logo depois. A viagem foi um suplício: o sol brilhava demais e a luz entrava em força pelo vidro da frente; os olhos teimavam em querer fechar-se e no rádio nada que fizesse despertar este estado de sonolência pós-almoço.
Chegámos! Incrivelmente, havia um lugar de estacionamento mesmo em frente à porta do prédio. Acho que isto nunca tinha acontecido. Como a miúda estava muito carregada, estacionei o carro e ajudei-a com as tralhas. E também aproveitei para esticar as pernas e ir à casa-de-banho. Ela subiu as escadas à minha frente, com a chave de casa na mão. Abriu a porta, mas do lado de dentro não veio a luz que seria de esperar. As almofadas do sofá estavam no chão e a sala muito desarrumada. Não era um cartão de visita muito agradável, mas não estranhei. A minha outra filha anda cheia de trabalho, coitada. Farta-se de trabalhar todos os dias até muito tarde lá na Gulbenkian. Enfim...entrei e, quando pousei as coisas que trazia na mão, olhei em redor e vi uma camisola de homem nas costas de uma cadeira, uns sapatos de homem à porta da sala, mais umas coisas que não podiam pertencer a nenhuma das minhas filhas... a porta do quarto da minha filha estava fechada e a Rita começou a ficar nervosa e tentou mostrar-se ocupada no quarto dela. Ela nem precisava de dizer nada... Senhor doutor, eram quatro da tarde e a minha filha estava ali ao lado, fechada no quarto a fazer sexo com alguém, em vez de estar a trabalhar.
Um pai não merecia passar por uma situação destas!"
quinta-feira, 4 de dezembro de 2008
Breathe me
Enjoy (a música e o vídeo, que ambos valem a pena).
Breathe Me - Sia
O pássaro na minha janela
Ontem não foi diferente. Testa franzida, uma expressão entre a preocupação e a tristeza - esta era de certeza a minha imagem - e a noite dentro da cabeça. Olhei pela janela e vi o meu estado de alma reflectido: tudo escuro. Por entre estes caminhos de trevas, pareceu-me irreal ouvir um pássaro a cantar. Parei. Eu e os meus pensamentos. Estiquei o ouvido e ouvi de novo. Era mesmo um pássaro a cantar.
Noite cerrada, muito frio, chuva e vento: o cenário era o pior, mas o pássaro cantou à mesma. Lembrei-me da menina dos sapatos vermelhos que perguntava porque não podia voar por cima do arco-íris como os pássaros. Perguntei-me porque não podia eu cantar no meio de uma noite escura e fria como aquela avezinha.
Percebi que posso. O pássaro na minha janela, só com uns segundos de canto, fez-me entender: é possível cantar mesmo na noite mais escura, porque, mais cedo ou mais tarde, inevitavelmente, chegará o amanhecer.
quarta-feira, 3 de dezembro de 2008
Para começar bem o mês...
Nota-se na foto o meu ar de satisfação :)
E pronto, a partir de agora aceitam-se convites para ir ao "moves". Monumental, King, Nimas, ou Fonte Nova, é só escolherem qual vos dá mais jeito.
Estou tão contente que nem dormi e passei a noite inteirinha a olhar para o meu cartão.
Para a estreia, fui com a Clara ver o Ensaio sobre a Cegueira. Embora ainda não tenha acabado de ler o livro, gostei muito do filme. Baseado na obra, é claramente uma adaptação, e não uma colagem, da ideia do Saramago. O livro é o livro. O filme é o filme. Gosto de cada um à sua maneira.
Agora espera-me o Paris, A fronteira do amanhecer (com o maravilhoso Louis Garrel), o Hunger e o Amália que estão quase a chegar...
Tempo é o que não me falta.
segunda-feira, 1 de dezembro de 2008
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domingo, 30 de novembro de 2008
Melancolia ou depressão?
Hoje vi o Magnolia pela primeira vez. Ouvi lá muitas coisas interessantes, incluindo esta:
"I confuse melancholy with depression sometimes."
Isto não é uma depressão. É só uma fase Aimee Mann. It's not going to stop 'til you wise up. No, it's not going to stop.
So just... give up?
Não me parece.
sábado, 29 de novembro de 2008
Crise do quarto de idade
Será que algum dia me vou conseguir definir de forma simples e clara? É que, por enquanto, aquilo que eu sou é uma grande indefinição. Ora vejamos:
- Não sou de Leiria, nem de Lisboa;
- Não estou empregada, nem desempregada;
- Não vivo com os meus pais, mas também não sou independente, nem emancipada;
- Não trabalho em informação, nem em entretenimento;
- Não sou jornalista, nem guionista;
- Não sou puritana, mas também não sou nenhuma louca devassa;
- Não acredito em Deus, mas tenho a minha "fé";
- Gosto de cinema independente, mas não tenho paciência para o Schroeter;
- Sou muito activa e muito dinâmica, mas estou há dois dias fechada em casa;
- Gosto de sair, mas só se não estiver a chover;
- Sou optimista, mas com tendência para a melancolia;
- (...)
Ao menos a minha identidade sexual não está em crise. Isso sim, seria o fim!
Who the fuck am I???
Alguém me explica?
Sem qualquer ironia ou crítica implícita (a qualquer uma das partes), alguém me explica afinal o que anda este ministério a fazer de tão tenebroso?
sexta-feira, 28 de novembro de 2008
A Crise
estágio em jornalismo
Faculta-se estágio subsidiado a recém-licenciado em jornalismo com boa média final de curso na Universidade de Lisboa.Se não preenche este requisito não responda p.f.
Para quem não sabe, estes senhores nunca conseguirão encontrar ninguém que preencha este requisito. Porquê?
É muito simples. Porque não existe nenhuma licenciatura em Jornalismo na Universidade de Lisboa. Na verdade, nem sequer existe nenhuma licenciatura em Comunicação Social. Em Lisboa, podemos licenciar-nos em Comunicação Social na Universidade Católica e em Ciências da Comunicação na Universidade Nova. Licenciatura em Jornalismo, só mesmo na ESCS (onde o vosso querido Ovo estudou). É claro que basta ir aos sites das respectivas universidades e ler a lista de disciplinas para perceber que são cursos muito diferentes uns dos outros e, como tal, que os seus alunos serão profissionais bem diferentes uns dos outros. Mas já nem me passa pela cabeça que as empresas se dêem a esse duro trabalho de escolher o que é mais adequado para os seus quadros...
Que raio de mercado de trabalho é este que nem sequer conhece as escolas onde se formam os seus futuros profissionais? Que empresas são estas que não têm o mínimo pudor em fazer exigências que nem sequer são realistas?
São estas coisas, estes pormenores aparentemente insignificantes, que fazem do nosso pequeno país o que ele é: um pequeno país.
De molho
Até poderia ser bom, mas sozinha é uma grande chatice. Não tenho com quem e rir e concordar com as coisas que diz a Carrie.
Hey! Tu! Não queres pegar nessa chávena de chá quente e sentar-te aqui ao meu lado?
quinta-feira, 27 de novembro de 2008
Um presente para ti, minha Clara
A pior das condições atmosféricas
É que odeio mesmo. Além de pôr cabelo por todo o lado, inclusive à frente dos olhos, é este vento estúpido que torna o nosso frio mais insuportável. Entra por dentro dos casacos, atravessa as camisolas, infiltra-se na pele e instala-se teimosamente nos ossos. Tentamos de tudo para o expulsar de lá, mas é impossível. Incontrolável, ali fica, até que chegue o Verão.
E a dor? Faz tremer os dentes, deixa-nos paralisados, magoa os músculos, deixa os lábios secos e lágrimas nos olhos. Queremos ser mais fortes, mas a maior parte das vezes não conseguimos construir aquela carapaça que nos permite ser resistentes e superiores.
De que é que eu estou a falar, afinal?
quarta-feira, 26 de novembro de 2008
Náusea
Hoje, no Público:
Detidos dez suspeitos de ataques a jovens afegãs, num país onde é difícil estudar
26.11.2008, Sofia Cerqueira
As autoridades afegãs anunciaram ontem a detenção de dez homens, suspeitos do ataques com ácido a um grupo de jovens estudantes há duas semanas no Sul do Afeganistão. Segundo a agência AFP, os homens detidos na semana passada são afegãos e actuavam sob as ordens dos taliban, em troca de 100 mil rupias (1000 euros) cada um.Os relatos do ataque, que teve lugar em Kandahar a 12 de Novembro, contavam que dois homens numa moto se tinham aproximado de um grupo de raparigas - alunas e professoras a caminho da escola - e lhes tinham atirado com o que se veio a descobrir ser ácido de baterias. Duas das raparigas tiveram de ser hospitalizadas e uma, apesar de provavelmente não voltar a ver, prometeu que regressaria à escola, a qualquer custo.Apesar de um porta-voz dos taliban ter repudiado o ataque, em declarações à AFP, o ministro adjunto do Interior, Mohammad Daud, revelou ontem que os dez detidos "recebiam ordens [dos taliban] do outro lado da fronteira [no Paquistão], daqueles que conduzem os ataques terroristas em Kandahar", o último reduto dos islamistas. Daud acrescentou ainda que alguns confessaram o crime.Os ataques com ácido não são comuns no Afeganistão, mas a violência contra as mulheres não é novidade. À medida que recuperam o poder militar perdido após o derrube do regime taliban, os extremistas islâmicos atacam as estruturas do Governo contra o qual lutam e reagem às (parcas) liberdades recém-conquistadas pelo sexo feminino.As escolas são dos principais alvos. Só este ano, 115 foram atacadas e 120 funcionários do sector foram mortos, diz o porta-voz do Ministério da Educação afegão, Hamed Elmi.A educação foi um dos principais investimentos do Governo pós-taliban, que afirma ter colocado 6,2 milhões de crianças a estudar, seis vezes mais do que o número de alunos do regime extremista, no qual apenas estudavam rapazes. Apesar do esforço recente, a realidade não é homogénea e longe da capital, Cabul, a velha mentalidade persiste e as raparigas continuam a viver sob repressão.Apesar de não haver documentação exacta, estima-se que a violência sobre as mulheres esteja a aumentar, devido à crise económica e à falta de segurança. Najla Zewari, membro do Fundo de Desenvolvimento para as Mulheres da ONU (UNIFEM), conta ao Guardian que há cada vez mais jovens violadas, devido à falta de recursos económicos para pagar o dote exigido no casamento. Depois de violadas, ninguém quererá casar com estas jovens sem honra, que se vêem assim obrigadas a aceitar a mão do violador, explica Zewari.O relatório do UNIFEM de 2008 conta que no Afeganistão a taxa de literacia feminina está nos 15,8 por cento, metade da registada entre os homens. Em 29 por cento dos distritos escolares, não há escolas para raparigas e, se, no ensino primário, há uma rapariga por cada dois rapazes, no secundário o rácio passa para uma em cada três ou quatro rapazes. Dados de um débil progresso, em risco com a falta de estabilidade do país. "As ideias taliban são naturais entre as pessoas, principalmente quanto à visão das mulheres", explica Shukria Barakzai ao Guardian, deputada do Parlamento afegão, que recebe frequentemente ameaças de morte. Dos 249 membros da Assembleia, 68 são mulheres, mas, segundo a também deputada Shinkai Karokhail, apenas cinco defendem os seus direitos. Muitos comentam a aproximação de ex-guerreiros mujahedin ao Presidente Hamid Karzai. "Estamos muito preocupadas que, agora que o Governo está a falar com os taliban, os nossos direitos sejam comprometidos", defendeu Karokhail.
A dúvida
Ontem, a minha querida companheira de omeletes disse o seguinte:
"Tens de perceber que anda meio mundo a tentar comer o outro meio".
Depois de me rir muito, pus-me a pensar. Quando é que nos tornámos cínicas? Quando é que deixámos de acreditar em príncipes encantados, sonhos cor de rosa e finais felizes?
Não sei em que momento se deu essa viragem, nem sei qual foi o click que nos fez ver as coisas de maneira diferente (ou abrir os olhos?). Também não sei se isso é um reflexo de maturidade ou da crise económica.
É verdade que o cinismo é bem mais divertido e evita as dores agudas de que sofrem os românticos. Mas será que também não evita as suas alegrias? Não faço ideia. A minha experiência já deitou por terra muitas das minhas ideias encantadas, mas a minha inexperiência ainda não me deixa saber se isso é bom.
Por via das dúvidas, hoje pus uma flor ao peito.
terça-feira, 25 de novembro de 2008
40 anos do álbum branco
Armada em grande egocêntrica, deixo aqui como pedacinho do disco uma linda canção chamada "Martha, my dear". Digam lá se não é tão bonita. A canção, claro.
segunda-feira, 24 de novembro de 2008
Pecado mortal do dia: INVEJA
Outra diz que lhe "vão arranjar o computador", o que terá como consequência uma data de coisas, todas elas deliciosas.
Adeus a todos. Esta noite um relâmpago virá direitinho dos céus e vai rachar-me a cabeça.
Gala de encerramento EFF2008 - o rescaldo
O melhor de tudo foi, sem surpresa, estar com os amigos e amigas do coração, de sorrisos sempre prontos na cara. Podia ser todos os dias.
Ah. E o saquinho de ofertas da L'Oreal.
sexta-feira, 21 de novembro de 2008
Análise profunda
Gala de encerramento EFF2008
Minhocas de Biblioteca
João e a Sombra II
18:00
Fnac - Armazéns do Chiado
18 Dez 2008
18:00
Fnac - Colombo
19 Dez 2008
21:00
Fnac - Forum Almada
16 Jan 2009
18:00
Fnac - Forum Coimbra
Coimbra
quinta-feira, 20 de novembro de 2008
Cinzento
Nem feliz nem infeliz.
Nem deprimida nem eufórica.
Nem parada nem a correr.
Nem choro nem riso.
Nem sonho nem pesadelo.
Nem prosa nem poesia.
Nem samba nem bossa nova.
Nem preto nem branco.
Hoje, estou cinzenta.
quarta-feira, 19 de novembro de 2008
Man in the light
terça-feira, 18 de novembro de 2008
Infiltrada
E nós? Com o que é que nos entretêm? Só consigo lembrar-me das mensagens escritas nas portas das casas de banho. "Amu-te muinto prinxesa!"
Também quero a minha mosca!
Sparkling night
Independentemente do sítio e do requinte da refeição, aquele seria um jantar normal de equipa, numa gala para a qual apenas fomos "convidados" para trabalhar. Mas não foi um jantar normal.
Apenas à distância de uma mesa, ao meu lado jantavam Bernardo Bertolucci, Paul Auster, J.M. Coetzee, Catherine Deneuve e Louis Garrel.
E eu voltei a um hábito antigo: absorvi cada momento daquela companhia para me poder lembrar durante muito tempo dos meus companheiros de refeição daquela noite.
Eu sabia que esta experiência de trabalhar no Estoril Film Festival ainda ia trazer alguma coisa de bom!
segunda-feira, 17 de novembro de 2008
Vicky Cristina Barcelona
Além de provocar gargalhadas constantes (sempre é um Woody Allen), este filme conta uma história aparentemente surreal, mas que se revela muito realista. Eu explico. É que a verdade é que estas amigas têm um Verão intenso, cheio de acontecimentos explosivos, daqueles que parece que vão mudar as suas vidas. Mas, afinal, nada muda.
A maior parte das vezes é assim: vivemos as maiores aventuras, mas não passam de aventuras. No fim do Verão, metemo-nos num avião de volta a casa, e a nossa vidinha rotineira aí está, intocável, de braços abertos para nos receber. E nós, enfim, que havemos de fazer, no fim de contas não mudámos nada, as nossas loucuras não nos fizeram crescer nem encontrar novos rumos. Seguimos em frente e atiramo-nos aos braços da nossa vida, já que não temos mais nenhuma.
Mas sobre isto há quem saiba falar melhor que eu.
sexta-feira, 14 de novembro de 2008
quinta-feira, 13 de novembro de 2008
A porta
Parece mesmo uma luz. Lá ao fundo, no fim do corredor. Será que consigo chegar?
Chocolates e Amigas
quarta-feira, 12 de novembro de 2008
Colo
A seguir quis chorar, encostar-me ao ombro de alguém e sentir pena de mim própria.
Entretanto, tive vontade de rir, caramba, tudo passa e qualquer dia já ninguém se lembra.
Depois, fiquei triste, não pelo que foi, mas pelo que poderia ter sido, afinal nem era difícil, como em tudo, bastava vontade.
Agora, quero abraçar-te, dar-te um beijo na testa, passar-te a mão pela cabeça e pousá-la no meu colo.
Mas acabo por apenas respirar fundo e pensar: ser mulher cansa.
terça-feira, 11 de novembro de 2008
Actos e Consequências
"(…) se antes de cada acto nosso nos puséssemos a prever todas as consequências dele, a pensar nelas a sério, primeiro as imediatas, depois as prováveis, depois as possíveis, depois as imagináveis, não chegaríamos sequer a mover-nos de onde o primeiro pensamento nos tivesse feito parar."
in Ensaio sobre a Cegueira
segunda-feira, 10 de novembro de 2008
Pára-raios
Joan as Sexy Woman
sexta-feira, 7 de novembro de 2008
quinta-feira, 6 de novembro de 2008
Reacção retardada
Ontem ouvi na CNN alguém dizer: "Barack Obama cumpriu o sonho de Martin Luther King".
Isto não é verdade e é por isso que estas eleições americanas são históricas e tão tocantes. É que quem cumpriu o sonho de Luther King foram os cidadãos americanos. Foram eles que elegeram um afro-americano para o cargo de maior poder nos EUA... e no mundo. Surpreendentemente (ou não, conforme se seja pró ou anti americano), o factor racial parece ter contado pouco na hora de votar, excepto para os próprios eleitores afro-americanos, dos quais mais de 90% escolheram Obama. Mas este candidato foi também a escolha da maioria dos brancos. Só não foi, como seria de esperar, nos maiores de 65.
Quer isto dizer que é possível um afro-americano chegar a presidente dos EUA pelas ideias que defende e, principalmente, neste caso, por aquilo que representa - a mudança, a esperança, o crescimento. Melhor que isto só quando não se falar do facto de um candidato ser preto, branco, mulher ou homem. Mas, por enquanto, já é bom Barack Obama ter conseguido apresentar-se de forma tão credível que ganhou.
Por muitas asneiras que os americanos façam, é nisto que eles são melhores que nós. É que lá é mesmo possível. Quando alguém quer muito uma coisa, quando trabalha para isso, quando consegue provar que tem mérito (seja de que cor for, seja filho de quem for), é possível. Yes, they can. Estas eleições foram mais uma prova de que os americanos são capazes das piores e das melhores coisas do mundo. E que nós, aqui no nosso cantinho, às vezes tão presunçosos, temos muito que aprender...
quarta-feira, 5 de novembro de 2008
segunda-feira, 3 de novembro de 2008
Mãos frias
Amor
Parece que é esta a dedicatória do novo livro do Saramago, A Viagem do Elefante.
Será que amar afinal não é morrer por alguém mas salvar alguém da morte? Roubar alguém da morte?
Será que a morte tem o coração mole e largou a mão do Saramago ao ver o amor da Pilar?
Será que o Saramago olhou a morte nos olhos e lhe disse "vai-te embora" para não ter de entrar numa vida eterna sem a Pilar?
Será que o amor pode afinal conquistar tudo, derrotar tudo, vencer tudo?
Ou será que sou eu que sou uma tonta romântica?
domingo, 2 de novembro de 2008
Dúvida
- Sexo e a Cidade: a prenda que a sua mulher vai gostar
ou
- Sexo e a Cidade: aprenda, que a sua mulher vai gostar
?
Infinito Particular
Fica a música e o poema, de Arnaldo Antunes, Marisa Monte e Carlinhos Brown.
Eis o melhor e o pior de mim
O meu termômetro, o meu quilate
Vem, cara, me retrate
Não é impossível
Eu não sou difícil de ler
Faça sua parte
Eu sou daqui, eu não sou de Marte
Vem, cara, me repara
Não vê, tá na cara, sou porta bandeira de mim
Só não se perca ao entrar
No meu infinito particular
Em alguns instantes
Sou pequenina e também gigante
Vem, cara, se declara
O mundo é portátil
Pra quem não tem nada a esconder
Olha minha cara
É só mistério, não tem segredo
Vem cá, não tenha medo
A água é potável
Daqui você pode beber
Só não se perca ao entrar
No meu infinito particular
É isso mesmo.
sexta-feira, 31 de outubro de 2008
Alguém o viu?
A luz cinzenta, a chuva, o vento, mas principalmente o frio - chegou o Inverno. Tão depressa...
Gosto das coisas no seu lugar. Gosto de rotinas, gosto de saber o que me espera no dia seguinte.
Mas já nada é como devia ser. Tenho de fechar os olhos para vê-lo: sob um sol ainda morno, as árvores mostram, no seu lento despir, como a natureza consegue ser sensual. E são como mulheres: é quando estão nuas que são mais bonitas. Ou, pelo menos, mais verdadeiras.
Alguém deu pelo Outono passar? Alguém notou a terra ficar vermelha e dourada? Nós próprios aceleramos as estações. Ainda não acabou Outubro e já o Natal está por toda a parte, nos centros comerciais, nas cabeças aflitas dos pais, nas mãos ansiosas das crianças.
Pobre S. Martinho, o mais injustiçado dos santos. Demos-lhe um dia e agora esquecemo-nos dele. Gostava de me sentar num banco de jardim, com os pés deliciados sobre as folhas secas, a comer castanhas quentes, daquelas que queimam a boca e deixam as mãos sujas. Mas não posso. O Inverno não me deu tempo.
Obrigada, Van Gogh, por tantas vezes teres pintado o Outono. Daqui a uns anos, já com a memória tão indefinida como as pinceladas dessas imagens, vamos olhar para elas e perguntar: "lembras-te"?
quinta-feira, 30 de outubro de 2008
Ah! Outra coisa.
Mas o que é isto? Alguém me explica?
Só penso em ti
terça-feira, 28 de outubro de 2008
De repente...
Não foi difícil. É que eu sou a mais nova e há muita coisa que não tenho, que os outros já têm em duas ou três edições diferentes. Esta noite, levo mais um livro para casa. Diz na capa: Italo Calvino, As Cidades Invisíveis, Uma das obras-primas da literatura do século XX.
É por estas e por outras que eu cá vou aguentando não ver um salário no bolso ao fim do mês. O JL é tramado.
domingo, 26 de outubro de 2008
Atrasem os relógios
Mais tarde, o mesmo magricela, feio e bêbedo, quase caiu para cima de umas miúdas e estatelou-se no chão. E tão depressa caiu, como depressa veio um rapaz do bar agarrá-lo pelo braço fininho e empurrá-lo sem esforço para a rua. "És mesmo otário!", pensei eu. Pouco passava das duas da manhã.
A vingança é assim: dura e impiedosa. E esta noite ela chegou precisamente à hora marcada.
sexta-feira, 24 de outubro de 2008
Elogio
Na verdade, só fui ao Comuna às festas (as mais divertidas da cidade, quando a companhia é boa e o Joaquim Horta põe música). Não sou habitué de teatro e nunca vi nenhuma peça neste palco, mas isso pode mudar em breve.
É que ontem falei ao telefone com o João Tempera (aquele da sombra), que é actor residente do Comuna e o responsável por muito do que por lá acontece. Foram 5 minutos da mais pura simpatia e disponibilidade. 5 minutos apenas, que chegaram para dizer "se quiseres ir ver a peça, é só dares-me um toque, arranjo-te um bilhete. ou dois, se tiveres companhia".
Fiquei com vontade, claro. O homem representa, escreve, canta, lê e é simpático (e ainda outras coisas que me escuso a referir...). Assim dá gosto trabalhar.
A peça é "Homem Sem Rumo", espreitem aqui.
E porque não ir ver? Se é com o João Tempera, o "teatro de pesquisa" não pode ser assim tão negro...
quinta-feira, 23 de outubro de 2008
Um livro bom (parte II)
Curioso...
http://www.iftheworldcouldvote.com/
Eu sempre achei que o mundo inteiro devia votar nas eleições americanas. Neste site, as votações não têm qualquer valor efectivo, mas dão que pensar...
No momento em que escrevo, já votaram 366,061 pessoas de 198 países. Barack Obama seria o eleito, com 87.5% dos votos. É o escolhido em todos os países, excepto na Macedónia (mas que seriedade tem um país com nome de salada?).
Isto não é nenhuma surpresa. O engraçado é que, a seguir aos EUA, o país com maior número de votantes é... Portugal. Proporcionalmente, acho que a abstenção nas nossas eleições é até bastante maior.
Poderia fazer aqui uma data de considerações sobre a ligação dos portugueses com a política internacional, a tecnologia, a Internet e o Magalhães, mas deixo só a informação. Vocês que pensem que agora não me apetece.
terça-feira, 21 de outubro de 2008
1, 2, 3
...20 000, 20 001, 20 002, 20 003...
...segundos. A saudade aperta. Quanto tempo falta?
Tori Amos canta Tom Waits, "Time"
domingo, 19 de outubro de 2008
Um samba sobre o infinito
Conheci esta música há pouco dias, pela voz da minha prima, que podem ver a cantar aí com o Trio Guanabara. Chama-se "Para ver as meninas", é do Paulinho da Viola e foi gravada pela Marisa Monte. Mas eu gosto mais desta versão.
Hoje estou assim:
Silêncio por favor
Enquanto esqueço um pouco
a dor no peito
Não diga nada
sobre meus defeitos
Eu não me lembro mais
quem me deixou assim
Hoje eu quero apenas
Uma pausa de mil compassos
Para ver as meninas
E nada mais nos braços
Só este amor
assim descontraído
Quem sabe de tudo não fale
Quem não sabe nada se cale
Se for preciso eu repito
Porque hoje eu vou fazer
Ao meu jeito eu vou fazer
Um samba sobre o infinito
sexta-feira, 17 de outubro de 2008
João e a Sombra
A caixa
Um jardim de flores feitas de palhinhas de plástico. Um postal com declarações de amor improvisadas de madrugada. Uma carta de jogo transformada em lembrete de futuro casamento. (...) Tantas coisas que fazem parte do que nós fomos.
Fechei a caixa, tornei a fazer o laço de cetim azul e não consegui tirar o sorriso da cara. Foi bom olhar para tudo aquilo assim pela primeira vez. Serena. Feliz. Remexer a caixa foi ter a certeza de que, agora sim, já está tudo bem.
Guardei-a no mesmo sítio de sempre, assim como te vou guardar para sempre em mim.
quinta-feira, 16 de outubro de 2008
Demasiado tempo em casa
Eu estava no escritório, sentada a jogar Tetris (não me julguem assim sem mais nem menos, por favor!) depois de almoço. Afonso (o cão) veio deitar-se no sofá ao meu lado e estava com o olhar triste e vago, que todos os cães dominam e usam quando não querem que os donos os repreendam por estarem a usurpar o espaço que não é deles. E eis que entra Freddy (o gato). Vem no seu andar leve e gracioso. Pára à nossa frente, olha para mim e para o cão durante uns segundos. dá meia volta e desaparece, tão calmo e cheio de si como quando chegou.
Afonso pousou a cabeça e adormeceu, eu tirei o Tetris do pause e continuei a encaixar as peças.
Passado algum tempo, olhei, por mero acaso, para a porta do escritório e lá bem ao fundo no corredor, mas suficientemente perto para poder alcançar no campo de visão a molenguice de início de tarde no escritório, estava o gato, de olhar fixo em nós, sem mexer um músculo. Quando os nossos olhos se cruzaram, Freddy levantou-se e desapareceu, lento e ameaçador, como quem sai para elaborar um plano maquiavélico de vingança.
No resto do dia, não nos voltámos a cruzar com o gato, mas hoje vou dormir com a porta do quarto fechada e amanhã não fico em casa sozinha, de certeza.