A menina abriu o armário e tirou quatro ovos. Cozido? Estrelado? Mexido? Escalfado? Hoje vai comê-lo cru.
domingo, 30 de novembro de 2008
Melancolia ou depressão?
Hoje vi o Magnolia pela primeira vez. Ouvi lá muitas coisas interessantes, incluindo esta:
"I confuse melancholy with depression sometimes."
Isto não é uma depressão. É só uma fase Aimee Mann. It's not going to stop 'til you wise up. No, it's not going to stop.
So just... give up?
Não me parece.
sábado, 29 de novembro de 2008
Crise do quarto de idade
Será que algum dia me vou conseguir definir de forma simples e clara? É que, por enquanto, aquilo que eu sou é uma grande indefinição. Ora vejamos:
- Não sou de Leiria, nem de Lisboa;
- Não estou empregada, nem desempregada;
- Não vivo com os meus pais, mas também não sou independente, nem emancipada;
- Não trabalho em informação, nem em entretenimento;
- Não sou jornalista, nem guionista;
- Não sou puritana, mas também não sou nenhuma louca devassa;
- Não acredito em Deus, mas tenho a minha "fé";
- Gosto de cinema independente, mas não tenho paciência para o Schroeter;
- Sou muito activa e muito dinâmica, mas estou há dois dias fechada em casa;
- Gosto de sair, mas só se não estiver a chover;
- Sou optimista, mas com tendência para a melancolia;
- (...)
Ao menos a minha identidade sexual não está em crise. Isso sim, seria o fim!
Who the fuck am I???
Alguém me explica?
Sem qualquer ironia ou crítica implícita (a qualquer uma das partes), alguém me explica afinal o que anda este ministério a fazer de tão tenebroso?
sexta-feira, 28 de novembro de 2008
A Crise
estágio em jornalismo
Faculta-se estágio subsidiado a recém-licenciado em jornalismo com boa média final de curso na Universidade de Lisboa.Se não preenche este requisito não responda p.f.
Para quem não sabe, estes senhores nunca conseguirão encontrar ninguém que preencha este requisito. Porquê?
É muito simples. Porque não existe nenhuma licenciatura em Jornalismo na Universidade de Lisboa. Na verdade, nem sequer existe nenhuma licenciatura em Comunicação Social. Em Lisboa, podemos licenciar-nos em Comunicação Social na Universidade Católica e em Ciências da Comunicação na Universidade Nova. Licenciatura em Jornalismo, só mesmo na ESCS (onde o vosso querido Ovo estudou). É claro que basta ir aos sites das respectivas universidades e ler a lista de disciplinas para perceber que são cursos muito diferentes uns dos outros e, como tal, que os seus alunos serão profissionais bem diferentes uns dos outros. Mas já nem me passa pela cabeça que as empresas se dêem a esse duro trabalho de escolher o que é mais adequado para os seus quadros...
Que raio de mercado de trabalho é este que nem sequer conhece as escolas onde se formam os seus futuros profissionais? Que empresas são estas que não têm o mínimo pudor em fazer exigências que nem sequer são realistas?
São estas coisas, estes pormenores aparentemente insignificantes, que fazem do nosso pequeno país o que ele é: um pequeno país.
De molho
Até poderia ser bom, mas sozinha é uma grande chatice. Não tenho com quem e rir e concordar com as coisas que diz a Carrie.
Hey! Tu! Não queres pegar nessa chávena de chá quente e sentar-te aqui ao meu lado?
quinta-feira, 27 de novembro de 2008
Um presente para ti, minha Clara
A pior das condições atmosféricas
É que odeio mesmo. Além de pôr cabelo por todo o lado, inclusive à frente dos olhos, é este vento estúpido que torna o nosso frio mais insuportável. Entra por dentro dos casacos, atravessa as camisolas, infiltra-se na pele e instala-se teimosamente nos ossos. Tentamos de tudo para o expulsar de lá, mas é impossível. Incontrolável, ali fica, até que chegue o Verão.
E a dor? Faz tremer os dentes, deixa-nos paralisados, magoa os músculos, deixa os lábios secos e lágrimas nos olhos. Queremos ser mais fortes, mas a maior parte das vezes não conseguimos construir aquela carapaça que nos permite ser resistentes e superiores.
De que é que eu estou a falar, afinal?
quarta-feira, 26 de novembro de 2008
Náusea
Hoje, no Público:
Detidos dez suspeitos de ataques a jovens afegãs, num país onde é difícil estudar
26.11.2008, Sofia Cerqueira
As autoridades afegãs anunciaram ontem a detenção de dez homens, suspeitos do ataques com ácido a um grupo de jovens estudantes há duas semanas no Sul do Afeganistão. Segundo a agência AFP, os homens detidos na semana passada são afegãos e actuavam sob as ordens dos taliban, em troca de 100 mil rupias (1000 euros) cada um.Os relatos do ataque, que teve lugar em Kandahar a 12 de Novembro, contavam que dois homens numa moto se tinham aproximado de um grupo de raparigas - alunas e professoras a caminho da escola - e lhes tinham atirado com o que se veio a descobrir ser ácido de baterias. Duas das raparigas tiveram de ser hospitalizadas e uma, apesar de provavelmente não voltar a ver, prometeu que regressaria à escola, a qualquer custo.Apesar de um porta-voz dos taliban ter repudiado o ataque, em declarações à AFP, o ministro adjunto do Interior, Mohammad Daud, revelou ontem que os dez detidos "recebiam ordens [dos taliban] do outro lado da fronteira [no Paquistão], daqueles que conduzem os ataques terroristas em Kandahar", o último reduto dos islamistas. Daud acrescentou ainda que alguns confessaram o crime.Os ataques com ácido não são comuns no Afeganistão, mas a violência contra as mulheres não é novidade. À medida que recuperam o poder militar perdido após o derrube do regime taliban, os extremistas islâmicos atacam as estruturas do Governo contra o qual lutam e reagem às (parcas) liberdades recém-conquistadas pelo sexo feminino.As escolas são dos principais alvos. Só este ano, 115 foram atacadas e 120 funcionários do sector foram mortos, diz o porta-voz do Ministério da Educação afegão, Hamed Elmi.A educação foi um dos principais investimentos do Governo pós-taliban, que afirma ter colocado 6,2 milhões de crianças a estudar, seis vezes mais do que o número de alunos do regime extremista, no qual apenas estudavam rapazes. Apesar do esforço recente, a realidade não é homogénea e longe da capital, Cabul, a velha mentalidade persiste e as raparigas continuam a viver sob repressão.Apesar de não haver documentação exacta, estima-se que a violência sobre as mulheres esteja a aumentar, devido à crise económica e à falta de segurança. Najla Zewari, membro do Fundo de Desenvolvimento para as Mulheres da ONU (UNIFEM), conta ao Guardian que há cada vez mais jovens violadas, devido à falta de recursos económicos para pagar o dote exigido no casamento. Depois de violadas, ninguém quererá casar com estas jovens sem honra, que se vêem assim obrigadas a aceitar a mão do violador, explica Zewari.O relatório do UNIFEM de 2008 conta que no Afeganistão a taxa de literacia feminina está nos 15,8 por cento, metade da registada entre os homens. Em 29 por cento dos distritos escolares, não há escolas para raparigas e, se, no ensino primário, há uma rapariga por cada dois rapazes, no secundário o rácio passa para uma em cada três ou quatro rapazes. Dados de um débil progresso, em risco com a falta de estabilidade do país. "As ideias taliban são naturais entre as pessoas, principalmente quanto à visão das mulheres", explica Shukria Barakzai ao Guardian, deputada do Parlamento afegão, que recebe frequentemente ameaças de morte. Dos 249 membros da Assembleia, 68 são mulheres, mas, segundo a também deputada Shinkai Karokhail, apenas cinco defendem os seus direitos. Muitos comentam a aproximação de ex-guerreiros mujahedin ao Presidente Hamid Karzai. "Estamos muito preocupadas que, agora que o Governo está a falar com os taliban, os nossos direitos sejam comprometidos", defendeu Karokhail.
A dúvida
Ontem, a minha querida companheira de omeletes disse o seguinte:
"Tens de perceber que anda meio mundo a tentar comer o outro meio".
Depois de me rir muito, pus-me a pensar. Quando é que nos tornámos cínicas? Quando é que deixámos de acreditar em príncipes encantados, sonhos cor de rosa e finais felizes?
Não sei em que momento se deu essa viragem, nem sei qual foi o click que nos fez ver as coisas de maneira diferente (ou abrir os olhos?). Também não sei se isso é um reflexo de maturidade ou da crise económica.
É verdade que o cinismo é bem mais divertido e evita as dores agudas de que sofrem os românticos. Mas será que também não evita as suas alegrias? Não faço ideia. A minha experiência já deitou por terra muitas das minhas ideias encantadas, mas a minha inexperiência ainda não me deixa saber se isso é bom.
Por via das dúvidas, hoje pus uma flor ao peito.
terça-feira, 25 de novembro de 2008
40 anos do álbum branco
Armada em grande egocêntrica, deixo aqui como pedacinho do disco uma linda canção chamada "Martha, my dear". Digam lá se não é tão bonita. A canção, claro.
segunda-feira, 24 de novembro de 2008
Pecado mortal do dia: INVEJA
Outra diz que lhe "vão arranjar o computador", o que terá como consequência uma data de coisas, todas elas deliciosas.
Adeus a todos. Esta noite um relâmpago virá direitinho dos céus e vai rachar-me a cabeça.
Gala de encerramento EFF2008 - o rescaldo
O melhor de tudo foi, sem surpresa, estar com os amigos e amigas do coração, de sorrisos sempre prontos na cara. Podia ser todos os dias.
Ah. E o saquinho de ofertas da L'Oreal.
sexta-feira, 21 de novembro de 2008
Análise profunda
Gala de encerramento EFF2008
Minhocas de Biblioteca
João e a Sombra II
18:00
Fnac - Armazéns do Chiado
18 Dez 2008
18:00
Fnac - Colombo
19 Dez 2008
21:00
Fnac - Forum Almada
16 Jan 2009
18:00
Fnac - Forum Coimbra
Coimbra
quinta-feira, 20 de novembro de 2008
Cinzento
Nem feliz nem infeliz.
Nem deprimida nem eufórica.
Nem parada nem a correr.
Nem choro nem riso.
Nem sonho nem pesadelo.
Nem prosa nem poesia.
Nem samba nem bossa nova.
Nem preto nem branco.
Hoje, estou cinzenta.
quarta-feira, 19 de novembro de 2008
Man in the light
terça-feira, 18 de novembro de 2008
Infiltrada
E nós? Com o que é que nos entretêm? Só consigo lembrar-me das mensagens escritas nas portas das casas de banho. "Amu-te muinto prinxesa!"
Também quero a minha mosca!
Sparkling night
Independentemente do sítio e do requinte da refeição, aquele seria um jantar normal de equipa, numa gala para a qual apenas fomos "convidados" para trabalhar. Mas não foi um jantar normal.
Apenas à distância de uma mesa, ao meu lado jantavam Bernardo Bertolucci, Paul Auster, J.M. Coetzee, Catherine Deneuve e Louis Garrel.
E eu voltei a um hábito antigo: absorvi cada momento daquela companhia para me poder lembrar durante muito tempo dos meus companheiros de refeição daquela noite.
Eu sabia que esta experiência de trabalhar no Estoril Film Festival ainda ia trazer alguma coisa de bom!
segunda-feira, 17 de novembro de 2008
Vicky Cristina Barcelona
Além de provocar gargalhadas constantes (sempre é um Woody Allen), este filme conta uma história aparentemente surreal, mas que se revela muito realista. Eu explico. É que a verdade é que estas amigas têm um Verão intenso, cheio de acontecimentos explosivos, daqueles que parece que vão mudar as suas vidas. Mas, afinal, nada muda.
A maior parte das vezes é assim: vivemos as maiores aventuras, mas não passam de aventuras. No fim do Verão, metemo-nos num avião de volta a casa, e a nossa vidinha rotineira aí está, intocável, de braços abertos para nos receber. E nós, enfim, que havemos de fazer, no fim de contas não mudámos nada, as nossas loucuras não nos fizeram crescer nem encontrar novos rumos. Seguimos em frente e atiramo-nos aos braços da nossa vida, já que não temos mais nenhuma.
Mas sobre isto há quem saiba falar melhor que eu.
sexta-feira, 14 de novembro de 2008
quinta-feira, 13 de novembro de 2008
A porta
Parece mesmo uma luz. Lá ao fundo, no fim do corredor. Será que consigo chegar?
Chocolates e Amigas
quarta-feira, 12 de novembro de 2008
Colo
A seguir quis chorar, encostar-me ao ombro de alguém e sentir pena de mim própria.
Entretanto, tive vontade de rir, caramba, tudo passa e qualquer dia já ninguém se lembra.
Depois, fiquei triste, não pelo que foi, mas pelo que poderia ter sido, afinal nem era difícil, como em tudo, bastava vontade.
Agora, quero abraçar-te, dar-te um beijo na testa, passar-te a mão pela cabeça e pousá-la no meu colo.
Mas acabo por apenas respirar fundo e pensar: ser mulher cansa.
terça-feira, 11 de novembro de 2008
Actos e Consequências
"(…) se antes de cada acto nosso nos puséssemos a prever todas as consequências dele, a pensar nelas a sério, primeiro as imediatas, depois as prováveis, depois as possíveis, depois as imagináveis, não chegaríamos sequer a mover-nos de onde o primeiro pensamento nos tivesse feito parar."
in Ensaio sobre a Cegueira
segunda-feira, 10 de novembro de 2008
Pára-raios
Joan as Sexy Woman
sexta-feira, 7 de novembro de 2008
quinta-feira, 6 de novembro de 2008
Reacção retardada
Ontem ouvi na CNN alguém dizer: "Barack Obama cumpriu o sonho de Martin Luther King".
Isto não é verdade e é por isso que estas eleições americanas são históricas e tão tocantes. É que quem cumpriu o sonho de Luther King foram os cidadãos americanos. Foram eles que elegeram um afro-americano para o cargo de maior poder nos EUA... e no mundo. Surpreendentemente (ou não, conforme se seja pró ou anti americano), o factor racial parece ter contado pouco na hora de votar, excepto para os próprios eleitores afro-americanos, dos quais mais de 90% escolheram Obama. Mas este candidato foi também a escolha da maioria dos brancos. Só não foi, como seria de esperar, nos maiores de 65.
Quer isto dizer que é possível um afro-americano chegar a presidente dos EUA pelas ideias que defende e, principalmente, neste caso, por aquilo que representa - a mudança, a esperança, o crescimento. Melhor que isto só quando não se falar do facto de um candidato ser preto, branco, mulher ou homem. Mas, por enquanto, já é bom Barack Obama ter conseguido apresentar-se de forma tão credível que ganhou.
Por muitas asneiras que os americanos façam, é nisto que eles são melhores que nós. É que lá é mesmo possível. Quando alguém quer muito uma coisa, quando trabalha para isso, quando consegue provar que tem mérito (seja de que cor for, seja filho de quem for), é possível. Yes, they can. Estas eleições foram mais uma prova de que os americanos são capazes das piores e das melhores coisas do mundo. E que nós, aqui no nosso cantinho, às vezes tão presunçosos, temos muito que aprender...
quarta-feira, 5 de novembro de 2008
segunda-feira, 3 de novembro de 2008
Mãos frias
Amor
Parece que é esta a dedicatória do novo livro do Saramago, A Viagem do Elefante.
Será que amar afinal não é morrer por alguém mas salvar alguém da morte? Roubar alguém da morte?
Será que a morte tem o coração mole e largou a mão do Saramago ao ver o amor da Pilar?
Será que o Saramago olhou a morte nos olhos e lhe disse "vai-te embora" para não ter de entrar numa vida eterna sem a Pilar?
Será que o amor pode afinal conquistar tudo, derrotar tudo, vencer tudo?
Ou será que sou eu que sou uma tonta romântica?
domingo, 2 de novembro de 2008
Dúvida
- Sexo e a Cidade: a prenda que a sua mulher vai gostar
ou
- Sexo e a Cidade: aprenda, que a sua mulher vai gostar
?
Infinito Particular
Fica a música e o poema, de Arnaldo Antunes, Marisa Monte e Carlinhos Brown.
Eis o melhor e o pior de mim
O meu termômetro, o meu quilate
Vem, cara, me retrate
Não é impossível
Eu não sou difícil de ler
Faça sua parte
Eu sou daqui, eu não sou de Marte
Vem, cara, me repara
Não vê, tá na cara, sou porta bandeira de mim
Só não se perca ao entrar
No meu infinito particular
Em alguns instantes
Sou pequenina e também gigante
Vem, cara, se declara
O mundo é portátil
Pra quem não tem nada a esconder
Olha minha cara
É só mistério, não tem segredo
Vem cá, não tenha medo
A água é potável
Daqui você pode beber
Só não se perca ao entrar
No meu infinito particular
É isso mesmo.