A menina abriu o armário e tirou quatro ovos. Cozido? Estrelado? Mexido? Escalfado? Hoje vai comê-lo cru.
sábado, 28 de fevereiro de 2009
Post para o Snake II
"É o Snake!!"
Snake, para bem da tua reputação, põe uma foto nem que seja de um pedaço de ti na internet. Ou serás, para todo o sempre, confundido com o Slash.
segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009
Hoje recebi uma carta
Um papel, uma caneta. Palavras verdadeiras escritas a tinta por uma mão verdadeira. E quase se adivinham os pensamentos, os sentimentos, as hesitações, naquele traço de um 't' que não saiu direito, naquela perna do 'a' desproporcionada, naquele 'r' diferente do 'r' da linha anterior.
Lá há nuvens, a cidade é cinzenta, a língua não soa a música, diz a carta. Lá não se pode ser romântico, o romantismo não está no ar, diz a carta. E, no entanto, não me lembro de nada tão romântico como escrever uma carta, escrever nela novidades, sentimentos e um poema, à mão, fechar o envelope, colar-lhe um selo daqueles que levam para longe, escrever a morada de nomes estranhos e esperar pela resposta.
Esta mão que escreveu pertence ao primeiro holandês romântico, que nisso se tornou por ter sido invadido irremediavelmente pelo mais português dos sentimentos. Não é amor.
É saudade. E eu gostava de ter escrito esta palavra aqui à mão, com letra inclinada, torta, desproporcional e com borrões de tinta em volta.
Óscares - os vencedores
Bipa et moi, que acertámos todos os vencedores das quatro principais categorias! Gema, deves uma beijoca repenicada a cada uma de nós.
Ah, e já agora, para quem não apanhou:
Melhor filme: Slumdog Millionaire
Melhor realização: Danny Boyle, Slumdog Millionaire
Melhor actor: Sean Penn, Milk
Melhor actriz: Kate Winslet, The Reader
Depois de apostas ganhas, devo dizer que Stephen Daldry e The Reader teriam sido os meus escolhidos do coração (mas apostas é para ganhar e eu não brinco em serviço). Fiquei ainda com uma lágrima por Valsa com Bashir não ter levado o Óscar para melhor filme estrangeiro. Embora não tenha visto os outros, este merecia um homenzinho dourado, de tão genial.
A cerimónia não deve ter sido má de todo, já que não adormeci. Amanhã (ou mais logo) darei opinião mais pormenorizada. Ou não.
Para informações completas, www.oscar.com.
quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009
Óscares
Aqui ficam os nomeados:
Melhor filme:
- The Curious Case of Benjamin Button
- Frost/Nixon
- Milk
- The Reader
- Slumdog Millionaire
Melhor realização:
- David Fincher, The Curious Case of Benjamin Button
- Ron Howard, Frost/Nixon
- Gus Van Sant, Milk
- Stephen Daldry, The Reader
- Danny Boyle, Slumdog Millionaire
Melhor actor principal:
- Richard Jenkins, The Visitor
- Frank Langella, Frost/Nixon
- Sean Penn, Milk
- Brad Pitt, The Curious Case of Benjamin Button
- Mickey Rourke, The Wrestler
Melhor actriz principal:
- Anne Hathaway, Rachel Getting Married
- Angelina Jolie, Changeling
- Melissa Leo, Frozen River
- Meryl Streep, Doubt
- Kate Winslet, The Reader
quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009
The Dutch Cellist II
To Allard, the most beautiful man I've ever kissed.
You showed me that good men still exist. Thank you.
segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009
The Dutch Cellist
Magpie - Patrick Wolf
we will sing
and we will sing
one for sorrow
two for joy
three for a girl
four for a boy
five for silver
six for gold
seven for A SECRET NEVER TO BE TOLD
sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009
quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009
Um fascista na mesa, um anarca na cama
...ou no sofá ou nos campos da Quinta do Vimieiro. Ao que parece, segundo uma mini-série transmitida no início da semana, Salazar, uma figura que sempre tomei por assexuada, não teve sequer umas poucas namoradas, como as pessoas normais. Era um autêntico Don Juan. Melhor, um James Bond. Sempre que uma mulher bonita lhe chamava «Doutor Salazar», ele emendava: «António. Trate-me por António». Conquista meninas do campo, virgens de boas famílias, jornalistas francesas, astrólogas e feministas sensuais, mas não fica com nenhuma. Claro que ao seu lado tem a apaixonadíssima e muito devotada Maria, governanta de origens simples, trabalhadora, leal e excelente dona de casa. No fundo, o que propagandeava como mulher ideal – para os outros, não para si.
Como qualquer ditador, Salazar até teria esse poderoso talento da persuasão. Mas, sejamos razoáveis, aquele homem seco e aparentemente nascido já velho teria sérias dificuldades em conquistar a Soraia Chaves. A escolha do cheio-de-atributos Diogo Morgado para o papel não chega para nos esquecermos da falta de charme do verdadeiro.
Está na moda mostrar que o nosso tão fraquinho ditador também tinha vida pessoal, coitado, que até era de bons sentimentos. Foi mal aconselhado! Quem sabe se não foi mesmo obrigado por outros a perseguir, torturar, censurar; o pobre que era só um romântico. Se vasculharem bem nos empoeirados documentos escondidos na biblioteca de Santa Comba Dão, ainda descobrirão que Salazar, quando caía a noite, de mascarilha preta, espada em punho e capa esvoaçante, saltava de telhado em telhado no casario lisboeta, salvando os fracos e oprimidos (por ele, provavelmente).
Nasci em 84. Já andávamos a tentar ser uma democracia há dez anos. O sr. Oliveira Salazar, para mim, é figura de livros de História e personagem de conversas de pessoas mais velhas – sempre ditador, sempre de pensamento mesquinho, sempre uma das razões do atraso do nosso país, por tão bem personificar o que Portugal tem de pior: a pequenez, o provincianismo, o cinzentismo, a paralisia. Mas, afinal, atrás da cortina, deitava-se primeiro e olhava para ver quem estava na cama depois, sem regras, charmoso e sensual. Nunca se casou, porque se dizia casado com a Pátria. Se é assim, e acreditando no que vi na mini-série, Salazar deixou a Pátria enfeitada com muitos e bem grandes pares de cornos.
Publicado no JL nº1001, de 11 de Fevereiro
quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009
Parabéns, Ni!
segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009
domingo, 8 de fevereiro de 2009
Até ao fim!
sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009
Tesouros
http://www.europafilmtreasures.eu
Fica esta sugestão, bastante óbvia tendo em conta quem a escolheu (moi même). De notar o momento de ballet lésbico (fenómeno cuja existência desconhecia).
quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009
Thinking of you
Afinal, essa pequena rebelde com cara de pastorinha atrevida que dá pelo nome de Katy Perry também consegue fazer outras coisas...
Plateia
Isto porque o filme não está no ecrã, mas na plateia. Cada um de nós tem o seu papel. Pode não ser muito explícito, mas não podemos desempenhar o papel de outra pessoa. Não sabemos as falas, não apanhamos as deixas, porque não são as nossas. Impossível.
Há cadeiras que ficam vazias. Temporariamente ou não. Podemos não conseguir parar de olhar para o lugar por preencher, podemos até esquecer-nos de que ele lá está. Na fila da frente, encostado à parede, há sempre pelo menos um desses vazios. Que ninguém me venha dizer que tem a sala esgotada. Impossível.
quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009
Catarse
...a Gema saca do telemóvel e diz: "Tenho aqui uma música... Vão adorar!"
E demos por nós a cantar dentro do carro, com gargalhadas pelo meio, mas sem nunca perder a emoção, e o pobre do João a assistir a tudo aquilo com uma coragem hercúlea e atitude de verdadeiro jornalista - não só não foge como ainda regista o momento.
É que a música... era esta:
Guilty pleasure? Não. Momento catártico.
terça-feira, 3 de fevereiro de 2009
segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009
Alguém dança?
Com qualidade, aqui.
Pronto, hoje apetecia-me isto.
Fica o desafio:
Vamos trazer de volta a dança a pares? E homens que nos agarram se nos lançarmos no vazio?
Quem está comigo?
(com o devido piscar de olho à minha Gema)
domingo, 1 de fevereiro de 2009
Vamos sair até cair para o lado
- café no Bairro: cancelado
- concerto no Music Box: (literalmente) cancelado
- dançar a noite toda: cancelado
Motivo do cancelamento: TSUNAMI IMINENTE
E com tudo isto vimo-nos obrigadas a andar de carro por Lisboa, no meio da tempestade, (com a Clara a segurar avidamente o volante, perante ventos ciclónicos) durante mais de uma hora, em busca de cervejas e amendoins. Quando já nos preparávamos para desistir e voltar para trás, eis que surge envolta em luz a "Loja de Conveniência" da Infante Santo. Deixamos aqui assinalado que este foi o ponto de loucura máximo da noite passada (devidamente festejado com gritos histéricos e saltinhos nos bancos).
Viemos para casa com dois preciosos sacos na mão, estacionámos à porta (em que discoteca é que conseguíamos isto?), despimos as roupas encharcadas e ficámos a saber que a Super Bock Xpress é uma coisa muito bem amanhada. Trocámos minutos de espera na fila do Lux (que acabariam rapidamente quando fossemos levadas pelo vento até Almada) por uma manta nos joelhos, pão de alho e o Scoop pirateado no computador.
É por causa destas e de outras que a nossa capital é tão morta.
À conta destes desvarios metereológicos, Lisboa perdeu duas miúdas giras (e "giro" incluía vestidos curtos, maquilhagem e baton vermelho), decididas a ter uma noite à Nova Iorque e Europa Central *
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