A menina abriu o armário e tirou quatro ovos. Cozido? Estrelado? Mexido? Escalfado? Hoje vai comê-lo cru.
terça-feira, 31 de março de 2009
Não te rias sempre. Às vezes estão a falar a sério contigo.
- Como assim?
- Ainda não viram o teu melhor lado.
- Ah Ah Ah! E qual é o meu melhor lado? O esquerdo, o direito? O de dentro, o de fora?
- O de dentro.
segunda-feira, 30 de março de 2009
sábado, 28 de março de 2009
Manifesto feminino
1. Acabar com o recolher obrigatório do Bairro Alto às 2 da manhã.
2. Anti-derrapante espalhado pelas ruas da baixa lisboeta, para podermos caminhar com segurança e sem termos de agarrar o braço mais próximo de 5 em 5 minutos.
3. Enchimento de cimento por entre as pedras da calçada para, de uma vez por todas, usarmos saltos altos na night, sem ficarmos constantemente presas ao chão.
Obrigada.
sexta-feira, 27 de março de 2009
Is that alright?
E porque temos vontade de os cometer de novo, mas o bom senso obriga-nos a reprimir esse impulso até doer.
Porque pensamos tanto "porquê? porquê agora? porquê contigo?"
Porque suspeitamos que se as circunstâncias fossem outras e o crime não fosse crime, não teria sido cometido.
Porque desejamos ardentemente que nunca tivesse acontecido e logo a seguir com o mesmo ardor que tivesse acontecido mais vezes, todos os dias.
Porque, de vez em quando, a vida parece gozar com a nossa cara sem pudor.
Porque já chega de má música.
E porque um dia vou casar com o Damien Rice.
quarta-feira, 25 de março de 2009
Mariana: Recortes de uma Vida
Mariana tornou-se medricas. Mariana tinha medo da mulher das profundezas, do escuro, de cobras e disto:
Percebe-se porquê.
segunda-feira, 23 de março de 2009
Música para dois
1. À minha querida Gema, adorada amiga e outra metade deste Ovo. Tantas vezes recebemos e enviámos mensagens a dizer "adivinha o que está a dar na rádio!". E só contigo sai afinado "no, no, no, no" (seguido invariavelmente de gargalhadas). E as estátuas de gelo. E a voz que se mistura na guitarra. E ninguém compreende porque raio sabemos a letra desta canção. Nem nós. Coisas dos 90s. A nossa música!
2. A um certo e determinado blogger, que anda a ameaçar fechar a casa. E a casa é um daqueles blogs que sempre me deu tanto gozo ler; daqueles que abro todos os dias e leio os melhores posts duas vezes. Baby, think twice.
Prendam a respiração. Aqui vai ela, enrolada em lençóis. Dá-lhe, Céline!!
É nas tardes de segunda feira
domingo, 22 de março de 2009
É nas tardes de domingo
sábado, 21 de março de 2009
Dia Mundial da Poesia
Lisboa
Alguém diz com lentidão:
«Lisboa, sabes...»
Eu sei. É uma rapariga,
descalça e leve,
um vento súbito e claro
nos cabelos,
algumas rugas finas
a espreitar-lhe os olhos,
a solidão aberta
nos lábios e nos dedos,
descendo degraus
e degraus
e degraus até ao rio.
Eu sei. E tu, sabias?
Eugénio de Andrade
sexta-feira, 20 de março de 2009
The sound of Motown
A Motown, mítica editora de soul-pop afro-americano, celebra 50 anos de existência! Começou num pequeno estúdio em Detroit, mas rapidamente cresceu para se tornar um construtor de talentos, disparando artistas afro-americanos para os primeiros lugares dos tops e para vitórias nos Grammys. E, nos anos 60, isso significava bem mais do que uma revolução musical...
A editora criou um estilo tão próprio que Motown passou a ser nome de tipo de música. Motown stars? É difícil enumerá-las a todas. Como exemplos: Jackson 5, The Commodors, Marvin Gaye, Lionel Richie, Stevie Wonder e, claro, Diana Ross and The Supremes!
A história mais bem contada aqui.
Sing it, sisters!!
quinta-feira, 19 de março de 2009
Garrett e eu
Altiva, sim, lá enfiei a carapuça uma dúzia de vezes, mas ao menos há versos que poderiam ser sobre mim, não fora o Garrett e eu nunca nos termos cruzado (pelo menos que tivesse dado conta).
"Que rosto! Em linhas severas
Se lhe desenha o perfil;
E a cabeça tão gentil,
Como se fora deveras
A rainha dessa gente,
Como a levanta insolente!"
Altiva e arrogante e mais não sei quê, mas com feitio digno de poesia. Ora tomem.
quarta-feira, 18 de março de 2009
"Quanta estrela você vai contar
O sol continua a brilhar lá fora e eu não tenho nada para escrever. Só isto: degustem música doce, boa, daquela que se desfaz em sumo na boca. É a época dela, não engorda e faz tão bem à saúde.
Assim:
segunda-feira, 16 de março de 2009
domingo, 15 de março de 2009
Hoje em 30 palavras
Conversa. Saber coisas de ti. Amigo. O longe quase perto.
Música. Dança. Risos. Suor. And all that jazz.
E eu feliz.
sexta-feira, 13 de março de 2009
Vanilla Ice, estás perdoado, mas não voltes. Please.
http://www.rightmusicwrongs.org
O que acontece neste site? Acontece, por exemplo, o Vanilla Ice pedir desculpa pelo Ice Ice Baby (o que só lhe fica bem). Acontece ainda um top 10 dos wrongs da música. No primeiro lugar, está uma música de que eu nunca tinha ouvido sequer falar, mas parece-me merecedora da distinção. Chama-se Fast Food Song e é de uma banda chamada Fast Food Rockers (já se sabe que banda com nome igual ao single está destinada a ser um one-hit wonder). Nesta pérola da pop, que tem um vídeo que parece um filme de terror (eu, pelo menos, tive medo), canta-se o seguinte refrão:
"A pizza hut a pizza hut
Kentucky fried chicken and a pizza hut
McDonalds McDonalds
Kentucky fried chicken and a pizza hut"
E por aqui me fico.
quinta-feira, 12 de março de 2009
So 90's
Hoje de manhã, quando tive de me deitar na cama para conseguir vestir as calças de ganga justíssimas, acabadas de passar a ferro, senti-me teletransportada no tempo para os gloriosos anos 90. Quando este era um ritual diário para conseguir enfiar as "City Jeans", que eu tinha de todas as cores e quando o Peter Andre me fazia babar em frente à televisão. Nenhum rapaz que eu conhecia tinha aquele cabelo e aqueles músculos... E hoje em dia eu digo "THANK GOD!"
A partir de hoje nunca mais me esqueço de agradecer todos os dias o progresso e o belo passar dos anos!
Poetry, music and some laughs
Como não encontrei a música que queria pôr aqui completa, deixo um pouco de cada, só para dar um cheirinho, como se diz por aí.
E a música que eu queria, Family Tree, tem uns versos deliciosos (que, curiosamente, são mesmo os que viriam a seguir se esses 30 segundos da playlist continuassem):
And they threw me out of school
'Cause I swore at all the teachers
Because they never teach us
A thing I want to know
We do Chemistry, Biology and Maths
I want Poetry and Music and some laughs
segunda-feira, 9 de março de 2009
A pequenez dos pequeninos
- Porque está ali o Doutor Balsemão.
Ficam, portanto, a saber que, quando o Doutor Balsemão está a sair do seu carro, ninguém pode cumprir as regras de trânsito e dar convenientemente a volta a rotunda. Se fosse nos Estados Unidos, aquele senhor segurança teria ido ter com o Doutor Balsemão e diria: "peço imensa desculpa, sir, mas não pode ter aí o carro parado". Essa é a diferença.
O mais enervante é que o Doutor Balsemão (Doc para os amigos) não deve ralar-se minimamente que o meu pai pare o carro atrás do dele, para deixar sair a filhota que lhe faz jornais por 300 euros mal amanhados. O senhor segurança, lambedor de botas nas horas vagas, ali ficou, de peito muito inchado, ignorando que o Doc nem sequer reparou que tinha as botas mais brilhantes, orgulhoso do seu trabalho bem feito. Chamam-lhe o poder pequenino. Um dos grandes bocados de bolor do nosso país.
sábado, 7 de março de 2009
Sabedoria embutida
E atrás dessa mulher, mil homens sempre tão gentis"
sexta-feira, 6 de março de 2009
Aqui
De repente, de um golpe, tudo aquilo que estava escondido lá no fundo, debaixo dos pés (e que eu acreditava que acreditava que não existia), está aqui,
à flor da pele.
O ovo revelado
quinta-feira, 5 de março de 2009
Um buraco escuro
Para voar, diz o Peter Pan, é preciso apenas pensar com muita força numa coisa de que gostemos muito e que nos deixe felizes. E, claro, uma pitada de pós de perlimpimpim da mimada, irascível e adorável fada Tinkerbell (Sininho, aqui para nós). Fecho os olhos e penso em festas de anos com bolo, velas, croquetes e a família toda. Penso em dias de praia até às 9 da noite. Penso em viagens com as amigas. Penso com força e agito a varinha. Os pés não saem do chão.
Alice, morta de tédio e curiosidade, entrou num buraco escuro, atrás de um coelho atrasado de colete e relógio de bolso. Alice cresceu, encolheu, bebeu chá com uma lebre maluca e um chapeleiro louco, falou com gatos e lagartas, navegou dentro de uma garrafa, jogou críquete com flamingos, conheceu uma Rainha de temperamento tempestuoso, a quem, obviamente, ofendeu. Alice acaba no banco de réu de um louco tribunal.
Se fosse hoje, a Alice teria de pagar um balúrdio para se sentar 5 minutos numa casa de chá a beber água quente com folhas. Os líquidos e biscoitos de crescer e encolher seriam vendidos a preço exorbitante na farmácia (e só com receita médica) e mais baratinhos no mercado negro, de onde não sairia saudável uma menina loira de sedosa pele branca. Navegar, só num cruzeiro, sempre um luxo, até aqueles no Tejo. Para conhecer a Rainha, teria de chegar à fala com o assessor do assessor do assessor, explicar muito bem o que queria e talvez daí a 3 meses. A não ser que pusesse umas notas na mão do senhor da recepção, claro. Ofensa feita à Rainha, primeiro que chegasse ao julgamento, a Alice teria de aguentar uns bons e longos anos de prisão preventiva, tornada aborrecida a partir do momento em que a televisão se esquecesse dela. A não ser que pagasse bem aos senhores juízes.
Os pés continuam colados ao chão. Olho nos olhos do Peter de papel e digo-lhe: É preciso dinheiro para comprar bolo, velas e croquetes. A família precisa de dinheiro para a gasolina, o bilhete do autocarro ou a mensalidade do ginásio. Preciso de dinheiro para um carro, mota, gasolina, portagem ou bilhete de autocarro para ir para a praia. Preciso de dinheiro para tudo e mais alguma coisa para viajar com as amigas.
Pouso a varinha mágica. Fecho o livro do Carrol e o do Barrie. Tiro as meias e troco a mini saia rodada por uma mais justa. Descalço as botinhas de Peter Pan e trepo para os saltos altos. Saio de casa e vou à procura de um homem rico com quem casar.
Até já.
Um pedido para todó mundo
Quem quiser o regresso da Gema ponha o dedo no ar!
quarta-feira, 4 de março de 2009
Não aconselhável a pessoas facilmente impressionáveis
Mas nem a companhia impediu o trauma. É de facto muito forte. Nada aconselhável a corações sensíveis. Devia ser para maiores de 18 e menores de 50.
Vi o rabo do Mickey Rourke duas vezes. Não foi bonito.
terça-feira, 3 de março de 2009
Quem não for ver as Tucanas, é parvo
E ao vivo é ainda melhor.
Sem desmérito para nenhuma Tucanita, aquela voz mais bonita é de uma menina da casa, da família e do coração. Pode ainda ser encontrada aqui.
A ver, for free, dia 11, no Centro Cultural da Malaposta, às 21.30.
segunda-feira, 2 de março de 2009
I miss that stupid ache
Not About Love - Fiona Apple
Não estou apaixonada.
Pior do que estar apaixonada e sofrer é não estar apaixonada. Não ter borboletas na barriga, não olhar para o telemóvel a cada 2 minutos (na verdade, eu faço isto, mas é à espera de que aquele trabalho que tanto quero seja meu), não sorrir sozinha na rua, não chorar por desgostos inventados pela nossa cruel imaginação, sempre tão aguçada nestas alturas de sensibilidade em excesso. As dores do amor são as únicas que vale a pena sentir. Chamemos-lhes o sal da vida, tão necessário como o açúcar da vida (aka as alegrias do amor).
Contudo, e por muito triste que tudo isto seja, não consigo deixar de fazer piadas sobre o assunto. No fundo, a postura Fiona Apple: para uma canção triste, um filme engraçado. Até posso afundar-me em queixas, papéis de vítima e depressõezinhas de quinta categoria, mas a malícia rápida que me torna numa companhia até animada - essa ninguém me tira da ponta da língua.
Por isso, mantenho-me, senão bem humorada, pelo menos cínica o suficiente para fazer rir os outros. Isso chega para me fazer atravessar os dias contente, às vezes mesmo pertinho de feliz. Mas que sinto falta daquela estúpida dor, lá isso sinto.
domingo, 1 de março de 2009
Queres vir?
Agora, sempre que saio à noite, pinto os lábios de vermelho para, se te encontrar de copo na mão e riso nos lábios, te deixar marcado um beijo na bochecha. Aí, tornas-te oficialmente meu amigo.
E o convite ainda está aqui, às voltas no ar.