A menina abriu o armário e tirou quatro ovos. Cozido? Estrelado? Mexido? Escalfado? Hoje vai comê-lo cru.
sábado, 4 de dezembro de 2010
O frio não é tão frio assim
terça-feira, 23 de novembro de 2010
Intervalo
quarta-feira, 29 de setembro de 2010
Fool me once, shame on you. Fool me twice, shame on me.
segunda-feira, 13 de setembro de 2010
Avaliação de um pretendente assim, por exemplo.
segunda-feira, 6 de setembro de 2010
domingo, 5 de setembro de 2010
The Marc Pease (scary) Experience ou Porque vale a pena olhar duas vezes para o bilhete de cinema
PS.: Há aqui coisas que parecem ter uma ligeira piada, mas é só porque estão retiradas do seu contexto. Não se enganem.
quarta-feira, 1 de setembro de 2010
Porque o melhor escritor da nova geração da literatura portuguesa merece
O comentário:
"Só posso dizer que se for tão bom como as 3 vidas (sobre os 2 primeiros nada posso dizer) é um desperdício de papel. Em literatura portuguesa contemporânea, não me lembro de coisa mais delirante e descabelada (conseguindo, no entanto, ser exasperantemente monótona), mais privada de qualquer sentido de humor ou de ironia... Nenhum detalhe nos poupa o JT (que devia chamar-se antes joão pardo), o suposto delfim do josé saramago. A elipse não existe para ele, e assim, um conto ou uma novela medíocres incharam até ás 300 páginas. Como vai nu esse rei (mas como a rainha-mãe e o ex dela são quem são, e portugal é o que é, não hão-de faltar os arautos a proclamá-lo - outra vez - um génio...). Não perca tempo com o JT, que a vida é curta, mesmo para jovens como você e a sua colega, e o que não falta são grandes livros..."
Caro Anónimo:
Como diria Jack, o Estripador: vamos por partes.
Primeiro, estou a contar que "O Bom Inverno" seja tão bom ou melhor do que "As Três Vidas". Mau acho muito difícil que seja, já que, pelo que tem mostrado, o João Tordo não tem a capacidade de escrever maus livros. Tenho a certeza de que não será um desperdício de papel - pode apaziguar as suas preocupações ambientais.
Segundo, isso de o romance não ter sentido de humor ou ironia não me parece sinónimo de coisa má. Que eu saiba, há muito boa literatura que é desprovida dessas duas características (que o João Tordo, aliás, pessoalmente, tem a rodos). Tanto o humor como a ironia são coisas muito portuguesas e não se encontram frequentemente na literatura anglo-saxónica, inspiração assumida do João. Os escritores não têm de ser todos Eças ou Saramagos para serem bons. O que nos leva ao próximo ponto.
Não sei bem o que significa ser o "delfim do Saramago", mas penso que se refira ao prémio que o João Tordo ganhou este ano (muito justamente, a meu ver). O nome do prémio não significa que o vencedor do mesmo seja um protegido do José Saramago. Este, aliás, até onde me lembro, nem faz parte do júri. O próprio João Tordo afirma que o Saramago não deve gostar especialmente dos seus livros, inspirados na tradição inglesa e americana no que toca à maneira de contar histórias (ou seja, o mais importante é a história e é esta que prevalece, mais que as figuras de estilo, o simbolismo ou a estética da escrita - e isto não é pior ou melhor, é diferente).
Quanto à forma como uso o meu tempo, agradeço a sua preocupação. No entanto, conto-lhe um segredo (e que é o mais importante desta história toda): a literatura não é ciência, é arte. E a arte, podendo ser objecto de avaliação e crítica, assenta no impacto que causa em quem a aprecia. Essa é, do meu ponto de vista, a avaliação fundamental e última: ou emociona ou não. Posso até achar que certos autores escrevem muito bem, mas os seus livros não me dizerem nada e não conseguir passar da primeira página. Quanto ao João Tordo, calha que ele escreve muitíssimo bem e os seus livros agarram-me, da primeira à última palavra.
Não me esqueci da sua referência tão portuguesa em relação aos progenitores do João Tordo, o chamado factor C. Compreendo-a perfeitamente: a mãe e o pai do João têm de facto uma influência extraordinária no mundo editorial, principalmente junto a uma editora maleável e fraquinha de espírito como a Maria do Rosário Pedreira. Dos seus pais não posso falar, já que nem me deu uma pista do seu apelido. A ironia chegou-lhe ou precisa de mais um bocadinho?
terça-feira, 31 de agosto de 2010
Cheiro de livro novo
segunda-feira, 23 de agosto de 2010
De Portimão a Lisboa são... 6 horas de distância?
terça-feira, 17 de agosto de 2010
Post de Verão
sexta-feira, 13 de agosto de 2010
terça-feira, 10 de agosto de 2010
Foi assim que me vi a perder a esperança na minha irmã (e na lixívia)
sexta-feira, 6 de agosto de 2010
"They tell me not to go to Cité Soleil...
O músico Wyclef Jean apresentou oficialmente a sua candidatura à presidência do Haiti (notícia aqui). Para quem não sabe quase nada sobre a tentativa de país que é o Haiti, isto pode parecer estranho. Como ele próprio diz, "as pessoas vão perguntar: "Meu, o que é que ele sabe de política?". Muito pouco.
A questão aqui é que o Haiti talvez não precise de políticos agora. Provavelmente, precisa mais (e urgentemente) de uma inspiração e, se pensarmos assim, a candidatura do Wyclef Jean faz todo o sentido.
Estas ideias tornam-se lógicas, depois de ver este filme:
Ghosts of Cité Soleil é, quase certamente, o melhor documentário que já vi (atenção, apesar de documentário, é cinema. Ou seja, tem uma história construída, tem edição, não é o espelho de toda a realidade). A Cité Soleil, situada em Port-au-Prince, no Haiti, é considerada o sítio mais perigoso do mundo. Embora facilmente comparável às favelas brasileiras, põe-nas a um canto. É um país dentro de um país, dividido por zonas, cada uma delas controlada por um líder. Como sempre acontece, mesmo o mais tirano dos líderes tem o poder que o povo lhe confere (de forma mais ou menos consciente) e estes têm todo o poder, materializado em armas, droga e outros "tesouros" ilegais. É que estes gangsters são capazes de ir entregar um maço de notas a uma mulher e dizer-lhe "toma, para pores os teus filhos na escola". Já o governo, não entrega nada ao povo, pobre como não sabemos o que é ser pobre (é o país mais pobre da América, quase metade da população é analfabeta e está a recuperar de um terramoto que destruiu cerca de 80% da capital) e gasta o pouco que tem em guerra, cargas policiais e sustento de ditaduras.
A esperança reside no facto de metade dos haitianos terem menos de 26 anos. E quem é o ídolo dessa juventude? Wyclef Jean, claro, rapper interventivo, nascido no meio deles. É um deles.
Para quem ainda acha que a arte é só para quem não tem mais o que fazer, repense. Aquelas pessoas desistiram de depositar esperança nos políticos; as circunstâncias obrigaram-nas a acreditar em gangsters. A ideia de que a salvação do Haiti pode estar nas mãos de um músico, de repente, já não parece assim tão estranho. Pois não?
Veremos o que acontece daqui para a frente.
PS.: O Sean Penn diz que o W. Jean desviou dinheiro de doações. Mas o Sean Penn dá porrada nas mulheres. Não conta.
*Retirado de Ghost of Cité Soleil, canção de Wyclef Jean para a banda sonora do filme.
quinta-feira, 5 de agosto de 2010
Foi assim que vi a minha irmã perder a esperança
- "Eles", começou, referindo-se àquela entidade desconhecida que sabe uma data de coisas, como o tempo para amanhã, "eles estão a mandar pôr lixívia nos canos. Vai haver uma invasão de baratas em Lisboa".
Estive quase para a lembrar de que ali em Alfornelos já não é Lisboa, mas vi-a tão aflita que só consegui apontar para a sanita e dizer: "põe aqui também". Ela continuou na azáfama de abrir a lixívia, já com a ajuda de uma tesoura, e, muito concentrada, deitou o líquido no lavatório, na banheira e na sanita. Depois de trabalho pronto, parou dois segundos a olhar em silêncio. A última coisa que disse antes de partir em busca de outros canos saiu já em tom desesperado.
- "Como se isto as impedisse".
segunda-feira, 2 de agosto de 2010
0º, temperatura interna
Cheguei-me à beira-mar. Água muito fria. Exactamente o que eu precisava. Entrei e mergulhei.
Lá em baixo, só o corpo a ficar em pele de galinha, os músculos acordados e o silêncio.
Saí de novo para o sol e o cérebro voltou a funcionar a mil. Tudo a chegar à memória. A lembrança daquela segunda-feira de desilusão, em que me senti como naqueles empregos em que se é rejeitado por habilitações a mais. Por momentos, pensei: "e se eu fosse uma surfistinha sexy e burra?". A resposta veio rápida: "não era eu. E prefiro ser assim como sou." Complexa. Um puzzle daqueles de mil peças, que só com tempo e dedicação se resolvem. E não são os que dão mais satisfação?
Lembrei-me do "desculpa" que ouvi e da carícia que recusei. E andei para trás e lembrei-me daquele dia de carinhos escondidos, trocados por baixo da mesa, por trás do banco do carro, a tentar ocultar o que estava estampado nos nossos sorrisos. E desse sorriso, do qual não direi que iluminava salas ou o meu coração inteiro, porque esse sorriso nada tinha de cliché. E das intermináveis conversas à volta dos filmes. E dos abraços, das mãos dadas, dos beijos. E do fim de semana que talvez não devêssemos ter passado juntos. E das intermináveis conversas à volta das nossas diferenças. E da paixão que morreu rapidamente. E do tempo que afinal foi tão pouco. E das palavras doces que agora parecem mentiras.
Mergulhei de novo. Água gélida. Silêncio. A cabeça vazia. E, se pudesse, não saía de lá, desse vazio frio, até que alguém tivesse coragem para enfrentar o puzzle.
segunda-feira, 26 de julho de 2010
terça-feira, 20 de julho de 2010
"No piense más. No piense más. O tendrás mil pasados y ningún futuro."
Quem ainda não viu, faça o favor a si próprio de ir ver. Óscar de Melhor Filme Estrangeiro mais que merecido. É uma história que, embora fácil de seguir e perceber, é complexa. Um filme completo, que faz rir, faz chorar, é perturbador e com diálogos que nos deixam palavras verdadeiras coladas à memória. "No piense más", ouvi, e parecia que era para mim.
segunda-feira, 19 de julho de 2010
Alexa Chung
Isso não impede, contudo, que eu fique toda contentinha quando a minha irmã diz: "essa tua mala é tão Alexa Chung".
quarta-feira, 14 de julho de 2010
terça-feira, 13 de julho de 2010
São Paulo à chegada
São Paulo, where the wild things are
sexta-feira, 9 de julho de 2010
Lolita
quarta-feira, 30 de junho de 2010
O que diz Molero
"(...) o sabor do café na manhã clara, uma saia que roda e faz frufru, a luz que rompe, rindo, em face suja, alguém recupera música esquecida assobiando, a madeira velha larga um odor de tudo o que apetece voltar a ter, um amigo chega, bate à porta e lembra-nos o que somos, uma frase atirada ao acaso dirige-se directamente ao coração de alguém, há uma gare que se percorre o tal abraço, um pedaço de relva enrola-se nos dedos distraídos, um barco ao longe está parado e leva-nos, é de um verde tropical o cenário que te enfeita, faço áleas de repente por saber que vens aí, e é como passear galeras ou palmeiras, ou alegria, ou esta Primavera alvoroçada, este encontro marcado fonte e folha, brotas da geometria de um canteiro, o espaço exacto, há uma gota de orvalho no teu ombro, a gota de orvalho que há no teu ombro reflecte tudo o que é puro, matinal, tudo o que é puro e matinal em mim, embora eu já nem saiba como hei-de dizer tudo isto."
sexta-feira, 18 de junho de 2010
sábado, 12 de junho de 2010
"o meu bairro feio tornou-se perfeito"
Eu mostro-te tudo o que sei. Ensina-me também o que não conheço:
faz-me feliz, fazes?
terça-feira, 11 de maio de 2010
JC
sábado, 8 de maio de 2010
Ele avisou
Para quem quiser saber como foi, aqui.
quinta-feira, 6 de maio de 2010
O furto já não dá cadeia
terça-feira, 4 de maio de 2010
Seleccione a opção correcta
quinta-feira, 29 de abril de 2010
Hello? Freud? Anyone?
Tenho dito.
O que queres ser quando fores grande?
sexta-feira, 23 de abril de 2010
Bloody talk
terça-feira, 20 de abril de 2010
Há pouco, o P. fez-me escrever assim:
sábado, 17 de abril de 2010
quarta-feira, 7 de abril de 2010
Na floresta
Eu ia devagar, às apalpadelas. Talvez fosse mais o medo que a cautela.
Até que alguém me disse: "caminho livre. Força, podes andar com confiança. É só sol e trilhos certos."
E eu fui.
Mal acelerei o passo, as ervas do chão começaram a crescer e enrodilhar-se nos meus pés. E fui contra uma árvore, plantada discretamente naquele trilho que parecia solarengo. Não a vi ou lancei-me contra ela?
domingo, 4 de abril de 2010
Este fim-de-semana vi o "Inadaptado".
terça-feira, 23 de março de 2010
sábado, 6 de março de 2010
Foi assim:
quarta-feira, 3 de março de 2010
Direito ao voto
O próximo passo é ir ver A Single Man, a estreia no cinema de um cérebro bem bonito.
terça-feira, 2 de março de 2010
domingo, 28 de fevereiro de 2010
Life on air
segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010
sábado, 13 de fevereiro de 2010
sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010
A rapidez com que dei a resposta não deixa mentir: acredito mesmo nisto. Bolas.
sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010
terça-feira, 2 de fevereiro de 2010
O meu príncipe encantado não vai ter encanto nenhum.
sábado, 30 de janeiro de 2010
Bora não perder o equilíbrio?
Vejo o abismo. Empurras-me para lá. Dizes que percebes, que sabes que posso cair no buraco, mas mesmo assim empurras-me. E eu faço força nas costas contra a tua mão para me travar (e eu sei que às vezes sinto apenas a tua mão, tão quente, e não penso mais nada). Não sei se não te importas com a minha queda, se não acreditas que ela seja possível ou se não vês o abismo mesmo ali, a metros dos nossos pés entrelaçados debaixo da mesa. Agora, não me venhas dizer que podes cair também. Empurra-me sem pudor, mas não me mintas. Se um dia fraquejo e acredito (e estou absolutamente confiante de que impedirei esse dia de chegar, céus, de onde veio esta lucidez?), não precisas de me empurrar mais; o abismo irá abrir-se num vazio negro que deixará os meus pés sem chão em poucos segundos. E tu ficas preso à realidade por uma corda qualquer. Não me mintas, que com palavras doces eu não sei lidar e a mentira enraivece-me. Só tenho respostas prontas para conversas cruas, transparentes, dessas vindas de baixo. Por isso, mantém-te frio, para que eu não aqueça. Se não me empurrares, eu não caio.
Let’s do it, let’s fall in...what?
domingo, 10 de janeiro de 2010
Freud
sexta-feira, 8 de janeiro de 2010
Ontem, no facebook, chamaram-me snob. Pois fiquem a saber que donde esta veio, veio outra ainda pior
Sofia: Not really...
Rita: Vá lá! Como é que não te apetece? Tu adoras espremer borbulhas e pontos negros, como é que não te dá prazer arrancar pêlos? Isso é um distúrbio na tua personalidade, sabias? Temos de admitir, tu tens um piquinho a esteticista, só não te chamas é Vanessa.
Sofia: Se eu me chamasse Vanessa, não era designer.
Rita: Oh podias ser, mas tinhas um pseudónimo.
Sofia: [muito séria] Acredita que não podia, todos os nomes têm o seu karma.