terça-feira, 13 de julho de 2010

São Paulo à chegada

Lisboa ficou para trás e nem ousei olhar pela janela quando o avião descolou, rumo ao céu azul.
Hoje acordei com trovões e muita chuva a bater na janela. O sol de São Paulo não quis brilhar neste meu primeiro dia. Talvez esteja tímido, talvez seja cauteloso, talvez me queira fazer sofrer um bocadinho. As coisas boas não podem ser mostradas logo ao início porque depois já nada nos consegue surpreender.
A cidade não tem uma cara bonita, daquelas que nos prendem de imediato. É dura para quem chega habituada ao glamour e meiguice das cidades europeias. Ainda mais com este tempo cinzento...
Mas hoje foi o dia zero. Amanhã vou aventurar-me sozinha por aí, vou vestir o casaco e sair para a rua debaixo do meu guarda-chuva florido. E principalmente, vou ter sempre comigo as palavras que um dia escreveu Fernando Pessoa:

"Há um tempo em que é preciso abandonar as roupas usadas, que já têm a forma do nosso corpo, e esquecer os nossos caminhos, que nos levam sempre aos mesmo lugares. É o tempo da travessia: e, se não ousarmos fazê-lo, teremos ficado, para sempre, à margem de nós mesmos."

Hoje, começou uma vida nova.

2 comentários:

Marta disse...

quero muito que pegues neste post lindo e faças um copy paste para uma nova casa... * (pressão parte 2 =P)

Elsa Gonçalves Francisco disse...

Lindo!
E bom dia "um":)

beijooo