terça-feira, 11 de maio de 2010

JC



Dia de receber o Papa em Lisboa é dia de pensar em certas coisas.
Nunca percebi porque é que os supostos representantes de Jesus são sempre velhotes sem estilo (excepção feita aos Prada do Bento XVI, chiquésimos). A história de Jesus é a defesa do novo, da renovação, da revolução, de deitar abaixo o que está estabelecido e trazer atitudes frescas. O Novo Testamento devia até chamar-se Testamento Novo. Jesus nem nunca chegou a velho; morreu novo, mesmo à rock star.
Às vezes gostava tanto que ele voltasse. Íamos beber umas imperiais ao Bairro e falar do sentido da vida. E ele ia concordar com coisas como o casamento entre homossexuais e o uso do preservativos, porque sempre chamou para junto de si pessoas que a sociedade condenava e defendeu o amor e a igualdade. Espalhava os seus ideais, protegia aqueles que amava, que eram todos. Era um pacifista activo.
Digam o que disserem, ninguém me fará mudar de ideias: Jesus era um gajo cool.

sábado, 8 de maio de 2010

Ele avisou




O início de uma paixão é, salvo poucas e disfuncionais excepções, um sem-fim de coisas boas. As qualidades são inúmeras, os defeitos têm graça. Depois, há aquelas características misteriosas, nem boas nem más, fascinantes. Normalmente, são as que mais definem o outro. Normalmente, são as que nos agarram. E têm sempre um lado negro.
O meu amor por ele dura há quase dois anos e meio. Foi no final de 2007 que admiti estar perdidamente apaixonada pelo Rufus Wainwright. O seu jeito diva, as suas piadas e, claro, as suas geniais músicas interpretadas pela sua voz única prenderam-me. Derreti-me quando o seu sorriso branco se abriu e disse "I'm such a princess!"
Este ano, a princesa voltou. E eu, morta de saudades, sentada o mais à frente que consegui. Rufus entrou vestido de negro, preto como o piano, preto como o olho pintado a abrir e a fechar no painel lá atrás. Preto como o novo disco, All Days are Nights: Songs for Lulu. Preto como a alma dessa Lulu, nome para muitas personagens, mulheres tristes, solitárias, insones.
Na primeira parte do concerto, Rufus, the princess, não falou, não deixou que ninguém batesse palmas, fizesse barulho ou entrasse na sala a meio das músicas. Primeira reacção: "que diva! que estupidez!"
Ele avisou.
Quando ele disse que era uma princesa, no Coliseu em 2007, associei isso ao adorável rapazinho mimado, que gosta de receber atenção e visitar o Museu dos Coches. Mas também há o lado negro. A princesa desesperada e altiva, de exigências incompreensíveis, e egocêntrica, tão egocêntrica que não deixa espaço senão para assistir passivamente.
Ao longo das difíceis, fortes e bonitas canções, a indignação acalma, a desilusão dá lugar à aceitação. Afinal, aquilo também é Rufus, aquilo também faz parte dele. Fez-me lembrar de que, quando se gosta, não é só de um bocadinho. É de tudo.
A segunda parte, em que ele surgiu mais leve, de lantejoulas e sorrisos, aquilo que nós melhor conhecíamos, terminou com lágrimas. A morte da mãe pôs assim a nossa diva, que, como é costume, foi na dor que se despiu e se deixou ver tal como é. Foi aí que compreendemos.

Tudo isto para falar do amor. Sei quase nada sobre o assunto. Mas posso garantir com pouca dúvida: se conheces o lado lunar da pessoa que tens ao teu lado e não te mexes um centímetro para longe dela, estás preparado para amá-la.




Para quem quiser saber como foi, aqui.

quinta-feira, 6 de maio de 2010

O furto já não dá cadeia





Uma destas madrugadas, vou ao banco, "tomo posse" de 1 milhão de euros em notas de 50 e depois vou dar conferências de imprensa.

Usa-se imenso agora, dá fama e visibilidade. A desvantagem é que podem confundir-me com um deputado. E isso, deus me livre.

terça-feira, 4 de maio de 2010

Seleccione a opção correcta





Depois de meses de noites descansadas, voltei a ter uma insónia das más. Qual a razão?

A. A rejeição "amorosa" mais recente.

B. A derrota do Benfica pelo fcp.

C. Não ter tempo para uma amiga do coração in need.

D. Saber que tinha de levantar cedo para passar o dia a TERMINAR e treinar uma coreografia que ia dançar nessa mesma tarde.

E. Ter dado boleia a Bruno Aleixo e Busto.

F. Todas as acima referidas.