quinta-feira, 25 de dezembro de 2008

E a melhor prenda deste Natal...

...é a notícia de que o primo/a 21 vem a caminho! No próximo Natal, mais dois pequenotes presentes: um/a primo/a em 2º grau (para iniciar a nova contagem) e mais um primo direito!

Como dizia o Zeca, "venham mais cinco", mais dez, mais vinte, o meu sorriso há-de ser sempre do tamanho do mundo ao receber uma notícia destas!

quarta-feira, 24 de dezembro de 2008

A Gema é que sabe

Junto-me à Gema no amor pelas músicas de Natal. Se pudesse, ia de porta em porta charoling. Mas moro num prédio com 12 andares e 4 apartamentos por andar, em que metade das pessoas nem deve festejar o Natal, porque a sua religião não permite. Por isso, limito-me a cantarolar em casa.

Leitores do Ovo, desafio-vos a cantar por esse mundo fora, na rua, à porta do vizinho, na cozinha, na banheira, do fundo do copo de vinho, onde quiserem, mas abram bem essas goelas! All I want for Christmas is you!! A Mariah Carey é a maior.

Aos nossos leitores
E a todo o Portugal
O Ovo deseja um Feliz Natal!

Um regresso e um Feliz Natal!

Estou de volta ao ovo. E para o celebrar (e também ao dia que aí vem) deixo-vos com o meu guilty pleasure da época.




FELIZ NATAL!!!

segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

Declaração


Como Dizia O Poeta - Vinicius De Moraes e Toquinho

Estou farta de que homens novos falem como velhos. Estou farta de que homens novos digam que já não acreditam no amor, na paixão, na bondade humana, no Pai Natal, quando ainda vão a um terço da vida. Estou farta de homens novos que não fazem ideia do que será o dia de amanhã, mas pensam que já descobriram tudo o que têm para descobrir. Estou farta de homens novos que querem forçosamente ser velhos.

Estou farta de jogos, caminhos sinuosos e atalhos. Estou farta de "tragédias de bolso". Estou farta de melodramas, dramazinhos de domingo, vidas dramáticas e dramaturgias da vida. Estou farta de fingir isto e aquilo. Estou farta de não poder sentir, dizer, fazer aquilo que gosto. Estou farta de lições de moral. Estou farta de que me digam o que posso fazer, o que não devo fazer, o que tenho mesmo de fazer, o que deveria fazer. Estou farta de que toda a gente saiba mais do que eu, melhor do que eu, em vez de mim. Estou farta de "eu bem te disse". Estou farta de ter medo de amar e medo de sofrer. Estou farta de não poder admitir que faço coisas sem pensar antes. Estou farta de não poder admitir que amo, que sofro, que choro, que rio sem parecer menos inteligente. Estou farta de ter medo da vida. Estou farta de posts sobre lágrimas e passagens de ano solitárias. Estou farta de mim própria e das sombras que pus em frente dos olhos.

Declaro aqui encerrada a minha depressão.

Natal vs. Passagem de ano

Gosto do Natal. Muito. Costumo dizer que dia 25 de Dezembro é o meu dia favorito. Todos os anos é o mesmo: almoço e prendas com a família alargada, pais, tios, primos, etc. Talvez goste muito porque ao todo somos cerca de 40. Talvez porque tenha 18 primos. Talvez porque possa rir-me com os primos mais velhos e mimar os mais novos. Talvez porque a minha tia mais nova tenha 32 anos e conheça a minha vida íntima como uma amiga.

Ou talvez não. O mais provável é que eu goste do Natal simplesmente por ser uma época segura. Não preciso de pensar nem de me preocupar. Não me causa depressões. Compro prendas apenas para os meus pais e para a minha irmã; sei sempre o que comprar e sei sempre que vão gostar. De resto, a família não desaparece, não vai a lado nenhum, não se esquece de mim, não se farta de mim (ou mesmo que se farte, nunca o admite). Está ali comigo, todos os anos.

Já o fim de ano, esse sim, é uma tormenta. Porque esse é o espelho de outra parte da minha vida, uma parte tumultuosa e insegura. Não tenho dinheiro para pegar numa amiga e fugir daqui. Mesmo os amigos ameaçam dispersar-se. Ao contrário dos últimos anos, não tenho quem beijar quando for meia-noite. Até agora, as hipóteses são passar com os meus pais ou com um casal.

E o Natal é que é deprimente?

quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

Coincidências

Um conto publicado na New Yorker cujo título me chamou a atenção (mas as coincidências acabam aí)...

Clara

She had big breasts, slim legs, and blue eyes. That’s how I like to remember her. I don’t know why I fell madly in love with her, but I did, and at the start, I mean for the first days, the first hours, it all went fine; then Clara returned to the city where she lived, in the south of Spain (she’d been on vacation in Barcelona), and everything began to fall apart.

Um Natal assim


Ainda não li todos os contos do livro Um Natal assim (da Quidnovi, exclusivo da Bertrand), mas aqueles que li e os outros pelos quais dei uma vista de olhos conquistaram-me. Mas enfim, só os nomes na capa já dão a certeza de que a coisa é boa. Carlos Quiroga, Eduardo Pitta, Francisco José Viegas, João Tordo, Jorge Listopad, José Luís Peixoto, Maria Antonieta Preto, Miguel Real, Paulo Bandeira Faria, Paulo Moreiras e valter hugo mãe são os autores.

Aqui fica um bocadinho que me encantou.

"- O Inverno é mau? - perguntas tu.
Não respondi imediatamente: começou a chuviscar, chuva misturada com neve, a neblina descia sobre o mundo onde tínhamos estado.
- Se o Inverno é mau? - retomei eu o diálogo. - No Inverno acontecem mais acidentes, estamos mais doentes, a morte engole muitas pessoas que queriam viver ainda mais um Verão. É assim mesmo. Mas num Inverno, ao contrário das outras más notícias, nasceu o Menino com letra maiúscula, o que nem todos os anos acontece. No Inverno comem-se mais doces e castanhas assadas, os doces caseiros são feitos no Verão para serem comidos durante o Inverno, tal como aquelas pequenas maçãs, tu sabes quais são, e bebe-se chá quentinho, translúcido, e as vozes humanas são mais aveludadas. Não te preocupes se não entenderes tudo o que te estou a dizer. Um dia compreenderás."

À procura do Natal, Jorge Listopad

terça-feira, 16 de dezembro de 2008

Mística

Hoje, em cima da minha secretária, estava a revista Mística, edição de Janeiro, nº5 do ano 2. Para quem não sabe, é a revista oficial do nosso glorioso Benfica. Esta é uma publicação séria, que contém a informação mais pertinente, sem, no entanto, esquecer o entretenimento necessário à manutenção do interesse do leitor.

Neste número, ficamos a saber, por exemplo, que o futebolista Yebda namora há sete anos com uma jovem de nome Julie e que só começaram a viver juntos em Lisboa. Yebda gosta dos centros comerciais, da Avenida da Liberdade, do Oceanário, da praia e da gastronomia portuguesa. O destaque da entrevista é uma citação do jogador que, demonstrando uma extraordinária veia humorística, faz uma jocosa referência às suas constantes mudanças de penteado: "Não se admirem se quando a Mística chegar às bancas eu já tiver mudado de visual!" A vermelho, as palavras 'Mística' e 'visual'.

Admiráveis são também os títulos que se encontram nas páginas da revista. Mesmo os textos mais minúsculos são precedidos de brilhantes expressões espremidas da criatividade infinita desta redacção. Ou talvez haja um departamento especial para o efeito. Deixo-vos alguns exemplos, retirados de um artigo que passa em revista os jogos do ano (de notar as inteligentes referências históricas):

"Enfim... conquistadores" (V.Guimarães 1 - 2 Benfica)
"Gigantesco equilíbrio" (Benfica 0 - 0 Inter de Milão)
"Nuno sebastiânico" (Rio Ave 1 - 1 Benfica)
"Com um coração do tamanho do mundo" (Benfica 1 - 1 FC Porto)
"Se não têm abatido a pantera..." (Nápoles 3 - 2 Benfica)
"Golo 5000 bordado a letras douradas" (V.Guimarães 1 - 2 Benfica)
"Feridos na madrugada" (Olympiacos 5 - 1 Benfica)

Nas páginas finais, a Mística dá-nos a conhecer a jovem Carolina Graça, à qual se refere como "uma Graça de mulher". Tem 22 anos, é alta, magra, tem dois grandes talentos e é a nova Axe Dancer (?) do Benfica. A entrevista a esta estudante de arquitectura e campeã de ginástica compõe-se de perguntas e comentários como: "Os traços faciais revelam algo de oriental em ti..." e "O namorado é ciumento?"

Já o assunto de capa é o há muito ansiado golo 5000 do Benfica, que acabou finalmente por acontecer contra o V.Guimarães. "El señor 5000" é o título da reportagem de fundo e refere-se a David Suazo, o autor deste feito épico. Revelando um domínio perfeito da metáfora, o jornalista descreve o momento: "Criação de uma obra-prima. Com letra de Aimar e música de Suazo. Assim se tocou a sinfonia do golo 5000."

Glorioso SLB. Só quem o ama pode entender a mística.

sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

Transparente

Gosto que me beijem na boca. Gosto que me beijem o pescoço. Gosto que me beijem a barriga. Gosto que me dispam. Gosto que me acariciem o ventre e daí para baixo. Gosto que não haja pressa. Gosto de delicadeza com intensidade. Gosto que não me tomem como garantida. Gosto de ser conquistada. Gosto que me oiçam. Gosto que me elogiem. Gosto que se preocupem comigo. Gosto de ver a minha sensualidade nos olhos de quem me olha. Gosto de mãos insaciáveis. Gosto que me descubram. Gosto de ser conduzida. Gosto de sentir o peso do outro em cima de mim. Gosto de deitar a cabeça para trás. Gosto de perder totalmente o controlo.

Nem as bananas

A propósito deste pequeno mas muito elucidativo texto:

Alberto João Jardim é um provocador. A mim provoca-me vómitos.

Pergunto-me também quais serão as terríveis consequências para o continente de que fala ele. Será que vai pôr no papel o oceano que separa a Madeira do resto do país e tornar o arquipélago independente? Isso seria uma medida drástica. Não podemos esquecer as grandes contribuições que a ilha do senhor Jardim faz ao continente.

Contribui, por exemplo, para a nossa imagem de terceiro-mundistas disfarçados de europeus evoluídos. Por trás de computadores, vias verdes e auto-estradas, está um país que permite que um obeso de charuto e álcool no sangue mantenha o seu pequeno paraíso tirano, onde quem põe a cruz no quadrado errado do boletim de voto não pode construir um negócio. Onde os jornalistas recebem telefonemas pouco amigáveis se tentam investigar qualquer coisa que manche a imaculada reputação madeirense. Onde explodem estrondosos fogos de artifício sobre aldeias carregadas de pobreza. Onde se disfarça a falta de democracia com a construção de demagógicas estradinhas para a dona Maria poder visitar a filha Adelaide sem dar muitas voltas. Onde não há liberdade de imprensa e expressão, mas "pronto, ele tem feito coisas tão bonitas".

Correndo o risco de ser linchada por nacionalistas com utopias imperiais, afirmo que não me ralava nada que a Madeira se tornasse independente. Faça-se um referendo: pergunte-se ao povo do continente se quer continuar a ser compatriota do senhor Jardim. É que nem sequer temos um descontozinho nas bananas.

quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

Cigarettes and Chocolate Milk

Cigarettes and Chocolate Milk (live at lion dor) - Rufus Wainwright

Uma canção do Ovo.

cigarettes and chocolate milk
these are just a couple of my cravings
everything it seems i like's a little bit stronger
a little bit thicker, a little bit harmful for me

if i should buy jellybeans
have to eat them all in just one sitting
everything it seems i like's a little bit sweeter
a little bit fatter, a little bit harmful for me

and then there's those other things
which for several reasons we won't mention
everything about them is a little bit stranger
a little bit harder, a little bit deadly

it isn't very smart
tends to make one part
so broken-hearted

sitting here remembering me
always been a shoe made for the city
go ahead, accuse me of just singing about places
with scrappy boys faces
have general run of the town

playing with prodigal sons
takes a lot of sentimental valiums
can't expect the world to be your raggedy andy
while running on empty
you little old doll with a frown

you got to keep in the game
maintaining mystique while facing forward
i suggest a reading of 'a lesson in tightropes'
or 'surfing your high hopes' or 'adios kansas'

it isn't very smart
tends to make one part
so broken-hearted

still there's not a show on my back
holes or a friendly intervention
i'm just a little bit heiress, a little bit irish
a little bit tower of pisa whenever i see you
so please be kind if i'm a mess
cigarettes and chocolate milk


Um obrigada público à Gema, que sempre foi mais sábia que eu.

Forte


O colégio de freiras tinha vantagens e desvantagens. A desvantagem era ter 13 anos numa turma só de raparigas. A vantagem era a sala de aula ser muito grande, como a escola toda. Era tanto o espaço, que até jogávamos ao ringue lá dentro. Um dia, um daqueles ringues de borracha duros que hoje devem ser perigosíssimos para as crianças voou direitinho à minha cara. Com toda a força. Eu levei as mãos à dor e disse: Ai! As minhas colegas rodearam-me e perguntaram-me: Estás a chorar? Eu não estava. Nunca estava. A Ana Maria olhou para mim muito séria e disse: És tão forte.

Tenho pernas de cimento. Coisas de bailarina. Os braços frágeis como caules de flores, mas as pernas rijas como raízes. Poderia estudar-se anatomia nelas; quando as estico, nota-se cada músculo, com incrível detalhe. E, se se pressionar a pele com os dedos, mesmo com alguma força, eles não cedem. A sua rigidez de pedra provavelmente tira-lhes beleza, mas eu gosto delas assim. Orgulho-me até, porque em cada músculo saliente vejo as horas de esforço (saboroso) que tenho todas as semanas nas aulas de ballet.

Forte. Chamaram-me assim mais do que uma vez. Mais do que duas. Muitas vezes. Não, dizia eu, não, é tudo fachada, sou tão frágil por dentro, soprem-me na cara, mesmo levemente, e eu caio redonda no chão.

Hoje vejo-me de pé, às vezes nas pontas dos pés, sem vacilar. Não me lembro de ter sentido o frio do chão nas costas, mesmo quando a ventania me humedeceu os olhos. Forte? Começo a acreditar.

quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

As lágrimas da minha amiga

Ontem à noite, consolei uma grande amiga.
Na despedida, abraçámo-nos com força, como sempre fazemos, e eu senti o rosto dela molhado contra o meu. Ela tem lágrimas fáceis e, ainda com a música da Amália nos ouvidos, era ainda mais difícil contê-las. Agarrei-lhe a cara com as duas mãos, beijei-lhe as bochechas várias vezes, acariciei-lhe o cabelo dourado e perguntei-lhe finalmente

- O que foi?

- Não quero que estejas infeliz,

disse ela. Sorri-lhe e disse

- Não te preocupes, vai correr tudo bem. Sabes como eu sou. Tenho uma Amália dentro de mim.

Ela riu-se e eu acalmei-me por vê-la mais calma.
Está algo errado neste episódio? Alguma coisa ao contrário? Não. Eu acho que não.

Amália



Vi ontem. Apesar de tudo o que foi dito, o filme tocou-me muito. É que, pela primeira vez, a voz da Amália chegou cá dentro. E isto, diga-se a verdade, deve-se em grande parte à fantástica actriz. Dizia sempre que não gostava muito de ouvir a Amália cantar: era uma ignorante. Ontem, tive lágrimas nos olhos sempre que ela cantou. Até a Mariquinhas me arrepiou os braços. Mesmo com a horrível ditadura, mesmo com o atraso de Portugal, mesmo com o pior provincianismo, quem me dera ter estado lá, perto daquela mulher de personalidade forte e amores grandes, ainda sem rugas, mas já madura (nunca foi nova, não é?) e dizer: Amália, canta-me o fado.

terça-feira, 9 de dezembro de 2008

Insónia

I couldn't sleep
Didn't want comforting
Just company to sleep

And then in dreams we meet
And stay asleep

I awoke feeling restless
Didn't know quite where I was
Though I felt far away and cold
It was so late but my mind was curious
It was quiet, snowing with frosted windows
I had a book but wasn't reading just watching you

Didn't want comforting
Just company, oh be sweet
It could go either way
Based on what they say

I didn't wish to be somewhere else
Your face was comforting to me
I don't remember you smiling
But just the same
I didn't know you
You didn't know what to make of me
It was peaceful that night
A kind of friendship all too serious

"I couldn't sleep", Au Revoir Simone

domingo, 7 de dezembro de 2008

Post para o Snake

Snake, a única coisa que sabemos de ti é que és um gajo do metal. E isso anda a dar cabo de nós. Vemos-te em toda a parte: no trânsito vimos um Snake (por acaso não tens um jipe da Mercedes?), hoje na festa do Santiago Alquimista vimos QUATRO (!) Snakes. Para nós, Snake, tu estás em todos os metaleiros portugueses. Qual deles és tu?

Ah! E vamos lançar uma petição para criares o teu próprio blog. Queremos o http://oblogdosnake.blogspot.com


Ass.: o Ovo

sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

O meu pai deitado no divã

(por entre baforadas de charuto do psicanalista e com o consultório banhado com uma luz fraca, amarela, vinda do pequeno candeeiro, eternamente de pé na secretária empoeirada)

"Ontem levei a minha filha para Lisboa, uma situação habitual no início das semanas. Almoçámos em Leiria ainda e arrancámos logo depois. A viagem foi um suplício: o sol brilhava demais e a luz entrava em força pelo vidro da frente; os olhos teimavam em querer fechar-se e no rádio nada que fizesse despertar este estado de sonolência pós-almoço.
Chegámos! Incrivelmente, havia um lugar de estacionamento mesmo em frente à porta do prédio. Acho que isto nunca tinha acontecido. Como a miúda estava muito carregada, estacionei o carro e ajudei-a com as tralhas. E também aproveitei para esticar as pernas e ir à casa-de-banho. Ela subiu as escadas à minha frente, com a chave de casa na mão. Abriu a porta, mas do lado de dentro não veio a luz que seria de esperar. As almofadas do sofá estavam no chão e a sala muito desarrumada. Não era um cartão de visita muito agradável, mas não estranhei. A minha outra filha anda cheia de trabalho, coitada. Farta-se de trabalhar todos os dias até muito tarde lá na Gulbenkian. Enfim...entrei e, quando pousei as coisas que trazia na mão, olhei em redor e vi uma camisola de homem nas costas de uma cadeira, uns sapatos de homem à porta da sala, mais umas coisas que não podiam pertencer a nenhuma das minhas filhas... a porta do quarto da minha filha estava fechada e a Rita começou a ficar nervosa e tentou mostrar-se ocupada no quarto dela. Ela nem precisava de dizer nada... Senhor doutor, eram quatro da tarde e a minha filha estava ali ao lado, fechada no quarto a fazer sexo com alguém, em vez de estar a trabalhar.
Um pai não merecia passar por uma situação destas!"

quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

Breathe me

De tempos a tempos, esta música aparece no meu caminho. De quase todas as vezes fico com lágrimas nos olhos. E de todas as vezes um arrepio percorre-me as costas.

Enjoy (a música e o vídeo, que ambos valem a pena).


Breathe Me - Sia

O pássaro na minha janela


Já era a madrugada de hoje, mas para mim ainda era a noite de ontem. Estava na cozinha, a fazer qualquer coisa automaticamente e a cismar (actividade que tenho praticado com muita frequência nos últimos dias). Cismar no sentido pessoano do termo. Estava portanto perdida nos meus pensamentos, que são obssessivamente sempre os mesmos. Obssessão deles, não minha. E os meus pensamentos, como qualquer leitor assíduo deste Ovo pode constatar, têm sido tudo menos luminosos.

Ontem não foi diferente. Testa franzida, uma expressão entre a preocupação e a tristeza - esta era de certeza a minha imagem - e a noite dentro da cabeça. Olhei pela janela e vi o meu estado de alma reflectido: tudo escuro. Por entre estes caminhos de trevas, pareceu-me irreal ouvir um pássaro a cantar. Parei. Eu e os meus pensamentos. Estiquei o ouvido e ouvi de novo. Era mesmo um pássaro a cantar.

Noite cerrada, muito frio, chuva e vento: o cenário era o pior, mas o pássaro cantou à mesma. Lembrei-me da menina dos sapatos vermelhos que perguntava porque não podia voar por cima do arco-íris como os pássaros. Perguntei-me porque não podia eu cantar no meio de uma noite escura e fria como aquela avezinha.

Percebi que posso. O pássaro na minha janela, só com uns segundos de canto, fez-me entender: é possível cantar mesmo na noite mais escura, porque, mais cedo ou mais tarde, inevitavelmente, chegará o amanhecer.

quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

Para começar bem o mês...

...fiz finalmente o meu MEDEIA CARD!!!
Nota-se na foto o meu ar de satisfação :)
E pronto, a partir de agora aceitam-se convites para ir ao "moves". Monumental, King, Nimas, ou Fonte Nova, é só escolherem qual vos dá mais jeito.
Estou tão contente que nem dormi e passei a noite inteirinha a olhar para o meu cartão.
Para a estreia, fui com a Clara ver o Ensaio sobre a Cegueira. Embora ainda não tenha acabado de ler o livro, gostei muito do filme. Baseado na obra, é claramente uma adaptação, e não uma colagem, da ideia do Saramago. O livro é o livro. O filme é o filme. Gosto de cada um à sua maneira.
Agora espera-me o Paris, A fronteira do amanhecer (com o maravilhoso Louis Garrel), o Hunger e o Amália que estão quase a chegar...
Tempo é o que não me falta.

segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

Anúncio

Procura-se homem com idade entre os 25 e os 35, bom aspecto, inteligente, culto e sociável para acompanhante no jantar de Natal das meninas do ballet, onde só estarão casais. Interessados, façam o favor de responderem na caixa de comentários deste post.