sábado, 31 de janeiro de 2009

Sábado de sol


Hoje é dia de limpezas cá em casa. E como eu adoro andar com o pano do pó ao som desta música. Quem quiser aparecer para dar uma mãozinha, em troca ofereço chá quente e chocolates.

"Ohhhhhhh baby give me one more chaaaaaaaaaaaaance"

sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

Ora aqui está uma excelente pergunta:

"ohh marta mas o que é que tu tens que, dps de uma grande aproximação, os homens fogem todos?"

by Gema

Hipérbole


Sou uma criança grande. Ok. 1,65m e 50kg não é grande, de facto. MAS o que interessa é o que está no BI e as ancas à portuguesa. Portanto, sou grande. Uma grande criança.

Sou mimada (i've been told) e detesto, d-e-t-e-s-t-o ser contrariada. Sou capaz de actos da maior generosidade e do maior egoísmo. Digo e faço imensas coisas sem pensar. Conservo, no entanto, alguma da sensatez e da sabedoria infantis, cujo valor positivo é bastante discutível.

Apesar de conseguir ser extremamente irritante, deleito-me com dias de sol, flores, risos e coisas coloridas. E deleito-me com coisas destas. Cheguei há pouco da Planeta Tangerina, onde fui amavelmente (mas sem sorrisos desnecessários) recebida pela Isabel Minhós, adulta responsável e educada e criança sonhadora de olhar franco. Ofereceu-me um exemplar de cada um dos maravilhosos livros que editaram e a Agenda 2009, cujo tema é a hipérbole e tem escrito na capa "o mundo é que exagera".

Pois, eu também sou da hipérbole. Vejo sempre as coisas maiores do que elas são, mais importantes do que elas são, piores ou melhores do que elas realmente são. Como o pescador que pescou um deeeeeeeeeste tamanho. Como a mãe que olha para a minúscula nódoa na gola e diz que "estás todo sujo". Como a criança que abre a goela e grita e chora porque caiu (embora nem tenha ficado um arranhão).

É assim mesmo que sou: uma criança. Isso causa-me problemas? Sou chata? Tenho menos amigos? Não... "o mundo é que exagera".

quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

E você? Qual delas é?













«Ele [J. M. Barrie, autor de Peter Pan] criou três figuras principais femininas, a senhora Darling, Wendy e a fada Sininho que representam respectivamente a mulher, a menina e a essência feminina. A primeira tem a experiência e oscila entre os deveres de mãe e os prazeres de mulher, a segunda é a figura maternal e idealizada de irmã e possível esposa, leal, hábil e sensata - que está a despertar para a sexualidade, de tal forma que se sente atraída pelo terrível Capitão Gancho (quem não se sentiria?) e faz jogos de sedução com Peter - e a terceira é a fada caprichosa com poderes mágicos, pequenina e maldosa, bonita e amoral a que o cauteloso Barrie removeu toda a alusão sexual, embora ela esteja bem presente nesta espécie de menina-mulher fatal.»

in «A Infância é um Território Desconhecido», Helena Vasconcelos

quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

Nunca mais te ouvi


De vez em quando, as pessoas deixam de falar umas às outras. Neste século XXI informatizado, em que o virtual às vezes parece mais real que o real, "deixar de falar" implica não atender telefonemas, não responder às SMS, não responder aos e-mails, não responder nos chats, não fazer mais comentários nos blogs, além do clássico passar para o outro lado da estrada. A sociedade de abundância tem disto: as maneiras de ignorarmos uma pessoa qualquer multiplicam-se.

Tal como os meios, também as razões podem ser mais que muitas. Há o amigo que não vemos há tantos anos, que já nem faz sentido falar. Ou aquele que foi viver para o outro lado do mundo e não era assim tão amigo que valha o esforço. Ou aquele que casou e teve 5 filhos e quer lá saber das conversinhas insipientes de solteirões. Ou o pobre que ficou mudo e sem mãos num catastrófico acidente rodoviário.

Pode também ser uma coisa mais abrupta; uma decisão tomada conscientemente, de forma mais ou menos pensada, de forma mais ou menos agressiva. Aí complica. Podem ser duas pessoas que não querem mais contactar uma com a outra. Há ainda o grupo de amigos que se divide em dois, e, com espírito de gang, entram numa guerra passive-agressive e trocam apenas olhares matadores entre si.

Depois... há o caso de duas pessoas em que apenas uma deixa de falar com a outra. Como sempre, em casos de conflito de vontades, "o que não quer" ganha "ao que quer". É difícil fazer alguém falar connosco contra a sua vontade. Excluindo a hipótese (muito legítima) da tortura, é praticamente impossível. Não podemos pegar nas suas mãos e fazê-la escrever um e-mail ou pressionar as cordas vocais até sair um cumprimento que seja. Podemos apenas: 1. resignarmo-nos ou 2. insistir, fazer figura de tolo e, por fim, resignarmo-nos.

Podia contar umas histórias, mas o espaço e o tempo não são apropriados. Sim, apesar da minha personalidade inegavelmente fascinante e da minha inebriante beleza física, há pessoas que deixam de me falar. E não só uma. Foram e são várias. E eu, com carapaça de deusa, mas interior fatalmente humano, também insisto, também faço figura de tola e também acabo por me resignar.

A questão "será que algum dia recuperarei este amigo?" fica no ar e, por vezes, não tem resposta. Novos amigos surgem, sim. Novas conversas, novos risos, novos amores nos ocupam tempo e mente. Mas, na verdade, cada um tem o seu lugar próprio. E há vazios que ficam sempre por preencher.

MIL

JêLê, como diz a Francisca.

Jota Éle, como dizem quase todos.

Jornal de Letras, como dizem alguns.

Jornal de Letras Artes e Ideias, como não diz ninguém.

Já são MIL! E, como diz o José Luís Peixoto (curiosa coincidência de iniciais), mil é bué!

Aqui.

terça-feira, 27 de janeiro de 2009


O mar e a música complementavam-se de forma surpreendentemente perfeita, tendo em conta que não sabiam da existência um do outro. Na linha de Cascais, no Inverno, o mar bate com força nas rochas, salta e desfaz-se no ar numa chuva de espuma. Nos meus ouvidos ia Between my legs do Rufus Wainwright. A música, pop-rock que se transforma numa quase ópera grandiosa, seguia ao ritmo do mar: a onda que se formava com o crescer dos saxofones, a água que se lançava contra as rochas quando batiam os pratos - parecia um espectáculo ensaiado e devidamente patrocinado pelo dinheiro esquivo do sr. Isaltino. Quase a chegar ao fim, a voz grave e penetrante de uma actriz polaca, se não me falha a memória:

There's a river running underground, underneath the town towards the sea
That only I know all about
On which from this city we can flee

Vamos para esse lugar. De comboio, de avião, de rio, de olhos fechados. Esse lugar onde há dinheiro. Esse lugar onde há uma casa nossa. Esse lugar onde se divide as contas, a MEO, a playstation. Esse lugar onde há amor. Esse lugar onde nos encostam à parede e nos deixam doces dores no corpo no dia seguinte - com amor. Esse lugar onde é sempre Verão.

Alguém tem um GPS?

Sem deixar rasto

Passei por uma montra esta noite e lá estavam eles. Uns ténis iguais aos dele. Nunca tinha visto uns iguais senão nos seus pés. E, enquanto segurava o guarda-chuva numa mão e um sundae de caramelo na outra, parei a olhar para aquela montra, para aqueles ténis e todas as lembranças saltaram de repente do lugar onde têm estado guardadas em sossego.

Olho para eles e lembram-me a calma de Castro Daire, as ruas calcetadas de Viseu, os fins-de-semana em Vila Real e uma viagem ao Porto. Foram aqueles ténis que pisaram o acelerador por minutos e quilómetros sem conta para encontrarem por fim descanso ao lado dos meus. E nós dormíamos e eles dormiam. Tantas noites no meu 103 e num 200, que já não me lembro se seria 4, ou 6, ou 8…
Tantos dias, que agora contados foram na verdade tão poucos. Ele com aqueles ténis calçados e eu quase descalça, fomos felizes juntos. E dançávamos, dançávamos, dançávamos.

Uma vez vimos numa revista que tinha aberto uma loja nova no Bairro Alto e fizemos planos de a conhecermos juntos e talvez arranjar uns rivais àqueles seus ténis. “Quando estivermos lá em baixo...”, dizíamos. Mas não chegámos juntos. Hoje já não me lembro de todos os traços da cara dele, é difícil recordar a sua voz, esqueci-me do som da gargalhada. Lembro-me dos beijos e dos nossos corpos encostados em danças perfeitas. Lembro-me de uma noite de medo em que chamou por mim e lembro-me do olhar quando eu cheguei. É bom quando nos sentimos o balão de oxigénio de alguém, foi bom sentir aquele olhar. Se ao menos tivesse durado um bocadinho mais...

O que vivemos ficou ali, preso naqueles sítios e irremediavelmente amarrado àquele tempo. E, no dia em que encontrei um par de ténis igual, não consegui deixar de pensar nos outros pregados ao passeio, enquanto as rodas do meu carro aceleravam, fazendo muita força para não olhar para trás.

segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

palavras de outro, pensamentos meus


" - Acredita que a música tem o poder de mudar as pessoas? Que uma pessoa pode ouvir uma certa e determinada peça de música e conhecer uma grande mudança dentro de si?

Oshima acenou afirmativamente.

- Claro que sim. Passamos por uma experiência, que funciona como uma espécie de reacção química, capaz de transformar algo que temos dentro de nós. Quando, mais tarde, reflectimos sobre isso, descobrimos que todos os padrões por que nos regemos se alargam mais um furo e que o mundo se abriu diante de nós de forma inesperada. Sim, já passei por isso. Não tantas vezes como isso, mas já me aconteceu. É como estar apaixonado.

(...)

- É caso para dizer que é uma coisa muito importante, certo? Quer dizer, para as nossas vidas?

- De facto, assim é - respondeu Oshima. - Sem essas experiências que nos transportam ao limite a nossa vida seria bem mais monótona e desinteressante. Berlioz colocou a questão desta maneira: «Uma vida sem se ter lido o Hamlet é como a vida passada numa mina de carvão.»

- Uma mina de carvão?

- É um exemplo acabado das hipérboles em voga no século XIX.

- Bem, muito obrigado pelo café - disse Hoshino. - Ainda bem que tivemos esta conversa. "


in Kafka à beira-mar, Haruki Murakami

sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

Encontro

A primeira carruagem do metro.
Casacos.
Chapéus de chuva.
Um I-pod com o Rufus a tocar.
Uma voz familiar.
Uma mala preta cheia de papéis.
Dois cds desconhecidos.
Um par de ténis cinzentos.
Meia dúzia de palavras.
E um cachecol amarelo.

quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

Hoje,

recebi a seguinte mensagem da Gema:

"O mundo é um bidé."

E acreditem, o mundo é mesmo um bidé.



Post dedicado ao trio maravilha.

Prenda

Maria Teresa Horta escreveu. Ela Adormecida ofereceu.

Uma prova de amor, aqui.

Uma noite chuvosa...

...pode tornar-se muito confortável quando se juntam três amigas a comer sushi, a saber da vida umas das outras, a rir e a fazer planos para o futuro.
Pode tornar-se muito quentinha quando a elas se juntam um grande amigo e um amigo grande (que não víamos há muito tempo), com gelado, chocolate quente, batido de morango e waffles de chocolate.
E pode ficar imortalizada com frases que saem tão inocentes, mas que nos fazem rir quase até cair no chão. Para que fique registado:

- "Eu acho que ele se sente mais confortável com uma feiosa."

- "As vacas da Praça de Espanha não são dos Açores. São da Moita."

- "O que me consola é tu não namorares também." (esta foi porca!!!)


É tão bom uma amizade assim, ai sabe tão bem saber com quem contar :)

quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

As mulheres do nosso Portugal

Palmas para mim, que sou muito linda! O ano começou e a minha actividade física também: comecei a ir à piscina, dois a três dias por semana, logo pela manhã para ficar mole o resto do dia. E o post que se segue é totalmente inspirado na minha primeira incursão aos balneários da piscina municipal de Campo de Ourique.

Eu não sou menina de ficar a olhar para as outras senhoras, enquanto elas tomam a sua banhoca, ou tentam despir o fato-de-banho, muito justo, agarrado ao corpo. Mas a verdade é que não podia tentar disfarçar e fingir que não via o que desfilou mesmo à frente dos meus olhos tão sensíveis.
Os homens portugueses têm razão para andar descontentes. Ah isso é que têm! O que é que se passa com a depilação "íntima" destas mulheres? Está certo que não precisamos de andar sempre perfeitas, mas... tufos de pelos??? Eu achava que todas as senhoras, pelo menos, aparavam os excessos. Mas não minha gente, não havia uma única senhora cuidada naquele espaço. E depois queixam-se que os homens não lhes ligam nenhuma em casa e que as trocam por miúdas de 20 anos. É que nós, ao menos, podemos não ter ninguém a quem mostrar, mas andamos minimamente arranjadas. SEMPRE!

Mulheres de Portugal (especialmente as que frequentam a piscina de Campo de Ourique), por favor! Não custa nada ter uma tesoura à mão e pedir à vossa esteticista para ser um bocadinho mais aventureira na próxima depilação. É um favor que fazem a vocês próprias, aos vossos namorados e maridos e, principalmente, A MIM.

Momentos assinaláveis II, III e IV

II. Finalmente, está no ar o blog mais ansiado do mundo internético: http://oblogdosnake.blogspot.com/. Não nos desiludiste, Snake!


III. Tremam, intelectuais, puritanos e cínicos! Parece que Sex and the City - the Movie terá sequela. E agora? Mr Big vai pedir o divórcio? Mr Big vai trocar Carrie por uma miúda de 20? Carrie fica grávida de gémeos? Incógnitas. A única coisa que se sabe é que aparecerá uma prima ou sobrinha de Carrie, a quem as quatro amigas (já muito ladies) vão dar a conhecer NY. Fala-se em Britney Spears ou Myley Cyrus para o papel. Não estão histéricos de entusiasmo?? Cuidado! Não caiam dos saltos altos. (Ok. Até eu, fã sem vergonha da série, já começo a achar que isto é demais. Não me mostrem o Big corcunda nem a Carrie com as mamas até aos joelhos, por favor.)


IV. Às vezes é preciso que nos afaguem o ego. Pronto, no meu caso não é bem às vezes, é mais quase sempre. Telefonou uma escritora e poeta de voz baixinha a agradecer muitas vezes o meu trabalho, "pequenino, mas muito respeitador das minhas palavras e das palavras do livro. Está muito bem feito. É assim que trabalham os profissionais." Afinal, parece que, não o sendo, já o sou.

Momento assinalável

E, no dia 20 de Janeiro do presente ano, o Ovo recebeu o redondinho número de 69 visitas.

Que bonito.

terça-feira, 20 de janeiro de 2009

Caem pedras na janela

chove e está frio. É dia de ouvir música e ler poesia. Juntemos os dois e o que dá? Chico Buarque. Não sei dizer qual é a minha canção favorita, por isso tive de inventar um critério para escolher esta. As insónias que tenho tido, por exemplo.




O que será que me dá
Que me bole por dentro, será que me dá
Que brota à flor da pele, será que me dá
E que me sobe às faces e me faz corar
E que me salta aos olhos a me atraiçoar
E que me aperta o peito e me faz confessar
O que não tem mais jeito de dissimular
E que nem é direito ninguém recusar
E que me faz mendigo, me faz implorar
O que não tem medida, nem nunca terá
O que não tem remédio, nem nunca terá
O que não tem receita

O que será que será
Que dá dentro da gente e que não devia
Que desacata a gente, que é revelia
Que é feito uma aguardente que não sacia
Que é feito estar doente de uma folia
Que nem dez mandamentos vão conciliar
Nem todos os ungüentos vão aliviar
Nem todos os quebrantos, toda alquimia
Que nem todos os santos, será que será
O que não tem descanso, nem nunca terá
O que não tem cansaço, nem nunca terá
O que não tem limite

O que será que me dá
Que me queima por dentro, será que me dá
Que me perturba o sono, será que me dá
Que todos os ardores me vêm atiçar
Que todos os tremores me vêm agitar
Que todos os suores me vêm encharcar
Que todos os meus nervos estão a rogar
Que todos os meus órgãos estão a clamar
E uma aflição medonha me faz suplicar
O que não tem vergonha, nem nunca terá
O que não tem governo, nem nunca terá
O que não tem juízo

segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

Virtual flirt sucks


"Um dia faço 300 kms para estar contigo."
Balelas!

Buried alive in the blues

Morreu aos 27, obviamente. De overdose, obviamente. Mas ainda teve tempo de fazer o fabuloso Pearl. As suas últimas gravações foram Mercedes Benz e uma prenda de aniversário para John Lennon. Se fosse viva, faria hoje 66 anos.

Ladies and gentlemen, Miss Janis Joplin.


domingo, 18 de janeiro de 2009

Do lado de lá da mesa. Já dentro do coração.

Abraça-me várias vezes.

Pergunta sempre como estou e ouve a resposta com atenção.

Disse-me "saímos sem ninguém notar e vamos ao cinema".

Pegou num papel com a imagem da capa de um livro, chamou o meu nome, rasgou a folha em quatro, com as mãos bem altas para que eu visse, e deitou os restos no lixo, com agressiva delicadeza e um "pronto!".

Aí confirmei aquilo que já sabia: fiz uma amiga.

sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

Imagino e uma gargalhada


Imagina que um dia perdes isso tudo que te trava, a timidez, o medo de falhar, a dependência que tens do que dizem os outros, a urgência em pareceres bonita, inteligente, culta, mesmo que não o sejas tanto assim. Imagina que estás na rua, tens um homem bonito à tua frente, um homem que desejas com ardor, que amas mas não descobriste ainda. Depois, sobes para um sítio qualquer elevado, ainda na rua, mas que só ele vê. Despes o casaco, encolhes ligeiramente os ombros com o frio, esticas o pé direito enquanto inclinas o pescoço para o lado esquerdo. Imagina que começas a dançar para aquele homem. Elevas os braços levemente, lentamente até ultrapassarem a cabeça. De forma igualmente lenta, dobras a perna até o pé tocar no joelho. Depois, suave, quase imperceptível, levantas a perna, muito esticada, até atingir o máximo, apontada para o céu. Os braços já estão em baixo. Desces a perna, olhas nos olhos do homem bonito que tens em frente e inclinas o tronco, para a frente, para ele, até tocá-lo quase. Quando já sentes a sua respiração no teu decote, voltas para trás subitamente, rodopias, duas, três vezes e aterras no chão de mãos estendidas. Aproximas-te dele e sentas-te à sua frente, as pernas enlaçam o seu tronco.

Imagina que ele diz: "hoje não".

O tempo passa e reencontras esse homem, mais bonito ainda que da última vez. E ele com os olhos que dizem: não precisas de dançar de novo, hoje sim. Agarra-te com as duas mãos, debaixo dos braços, sobre as costelas, com os polegares muito perto do peito. Beija-te na boca até te inclinares, braços abandonados. Vira-te de costas, afasta-te o cabelo e beija-te naquele sítio certo, a meio caminho entre o ombro e a nuca. Desce-te o fecho do vestido, devagar, deita-te na cama e deita-se por cima de ti. Olha-te nos olhos e tu, totalmente desprotegida, nua, completamente nua mesmo antes de o estares.

Suspirámos uma última vez e acabou o filme. Cate Blanchett e Brad Pitt, excelentes e lindos, porque não sabem ser de outra maneira, protagonizam estas cenas e muitas outras. O Estranho Caso de Benjamin Button é um filme assim, todo suspiros e respiração presa, e "quem me dera ter um assim. não, não dera, depois não sabia que fazer com aquilo tudo e morreria angustiada de ciúmes". Já cá fora, rimo-nos muito para disfarçar o frio e fomos embora. Pelo meio, "levas-me a casa?", "os homens estão todos malucos", "é aqui que viro para o campo mártires da pátria?", "ah! nem te contei...", "que giro que isso tudo seria se ele não fosse comprometido".

A certa altura, páro o carro junto a uma passadeira para deixar passar o peão. A Gema, ao meu lado, ri-se muito. Olho com atenção e percebo que o peão que vi é um travesti, micro-saia e meia de rede, que obviamente não quer passar, mas passear, e de preferência voltar com o bolso mais pesado.

Não dançamos no meio da rua para o Brad Pitt, mas sabemos dar gargalhadas. Daquelas muito, muito boas.

quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

Inevitavelmente



Marta não quer chorar
Guarda nela sem ter razão
As negras ondas do mar
Tentem ver no cordão
Que vos une à razão
Quão pior é morrer devagar

Marta não quer chorar
Mas seus olhos vertem a dor
De morrer para não matar
É que a vida são
Canções de épicos refrões
Que farão o mar fluir
Só que um dia vão ter de acabar

Esta é só mais uma canção
Não lhe fiz um refrão
Porque Marta já está a chorar

segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

Até qualquer dia

Passou por mim e eu por ele. De raspão. Um ou dois almoços e meia dúzia de palavras.

O Zé Manel (Rodrigues da Silva de assinatura), para mim, existe principalmente nas palavras dos meus camaradas de redacção, nas histórias que contam com sorrisos ou mesmo gargalhadas, já com uma saudade maior que as lágrimas. É pelas coisas que li escritas por ele e pelos episódios que ainda hoje fazem rir os fazedores do JL que sei que é uma honra estar sentada na cadeira onde ele se sentou para escrever as entrevistas, as reportagens, as críticas de cinema. Não me assusta. Antes me impele a fazer bem, não porque me sinta vigiada, mas porque estas pessoas (e ele através delas) não merecem menos.

E, para me lembrar disso todos os dias, deixo em cima da secretária que me emprestou os lápis quase desaparecidos dentro do copo de plástico; deixo na parede a página de um número de 1995 com uma entrevista ao Manoel de Oliveira; deixo em cima do ecrã a placa identificadora, de tinta desbotada, mas teimosamente agarrada ao papel, com as palavras: Jornal de Letras - J. Manuel R. Silva.


Mais e (muito) melhor no blog do JL.

domingo, 11 de janeiro de 2009

Eu e três homens de farda


Gosto muito de conduzir. Infelizmente, encaixo perfeitamente no estereótipo da mulher que se calhar até conseguiria mudar um pneu, mas evita ao máximo fazê-lo.

Há pouco, no caminho para casa depois de um fantástico fim de dia com as minhas amigas bailarinas, o pneu furou. Claro que só me apercebi disso quando o cheiro a borracha já quase chegava a Espanha. Ouvi um barulho, o carro desviava, mas não me passou pela cabeça que fosse o pneu. No que toca a mecânica, as coisas não me surgem como por magia no cérebro. Quando o barulho se tornou demasiado assustador, resolvi encostar, junto a uma paragem de autocarro. Saí e vi: o pneu todo esfrangalhado (é a palavra certa). Como é que cheguei até ali, não sei.

Ainda mal tinha começado a pensar "que raio vou fazer agora?", quando dois jovens se aproximam de mim. "Queres ajuda?", perguntam. Claro que quero, por favor, digo com os olhos. Respondo "pode ser..." Um deles, imberbe, tem uma bonita carinha de miúdo. O outro é mais velho e pouco atraente. Ambos estão fardados. Entretanto, chega mais um fardado, de carro; o Galvão, como os ouço dizer. Tão jovem e imberbe como o camarada, cumprimenta-me com "boa noite" e uma ligeira continência. São da Força Aérea, dizem-me. "Nós mudamos-te o pneu", dizem-me também. É-lhes exigido que pilotem aviões, não que percebam de mecânica. Não sei onde vão aprender estas coisas. Talvez venha de origem com o cromossoma Y.

Dei graças aos céus por os homens não desperdiçarem nenhuma oportunidade de demonstrarem a sua masculinidade e ali fiquei, de mãos nos bolsos, a ver um dos jovens pôr o triângulo na estrada e o outro, o mais velho, de cócoras, às voltas com macacos, parafusos e borracha queimada. E, com os 3 graus a sentirem-se por dentro dos ossos, ali estava aquele homem novo, de mangas arregaçadas e pele exposta, a resolver o meu problema com gestos certeiros. Pareceu-me o homem mais bonito do mundo. Depois de trabalho feito, fui-me embora, com um "muito obrigada" e um sorriso. Eles retribuíram, também sorridentes, e acenaram enquanto me viam partir.

Foi a noite em que eu e três homens da Força Aérea protagonizámos um conjunto infinito de clichés.

I'm not like the girls that you've known...

Tori Amos - Sleeps with butterflies

...but I believe I'm worth coming home to... la la la... Música para um dia de frio com sol.

sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

O flirt é um vício

perigoso.

E se amanhã


nevar em Lisboa?
Da última (e única) vez que vimos isso acontecer, estávamos juntas. Lembras-te? Um fim de semana do último ano de faculdade, passado, como era costume, a trabalhar, a comer bolos da Mátria e a engordar de sorriso na cara.
Agora estamos mais magras e não trabalhamos ao fim de semana. Amanhã não estarei contigo, mas, se nevar, prometo que te ligo exactamente com o mesmo sorriso que tinha naquela altura.

quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

Para ti, uma declaração



Se eu largar eu sinto a sua falta
Se eu agarro ela perde a cor
Ela não é dos meus dedos
É dos meus medos
E faço-me passar por uma flor
Tento imaginar o que ela diz
À espera de aprender

À face da rua existe a lua
Mas não é tua
À margem da estrada não há nada
Mas já te agrada
Tu és o teu mundo
Tu és o teu fundo
Tu és o teu poço
És o teu pior almoço
És a pulga na balança
És a mãe dessa criança
És o mal
És o bem
És o dia que não vem

Agora pára de fazer sentido
Não vês que assim estás a pisar fora da estrada
Vê se agora páras de fazer sentido
Não vês que nada nos dirá mais do que nos diz nada

Vê que o meu coração ainda salta
Quer e julga ser capaz
Não o faça por meus medos
Faça nos dedos
E eu fico para ver o que ele faz
Sem imaginar o que eu não fiz
À espera de viver

À face da chama existe a fama
Mas não te ama
À margem do nada não há estrada
Já não te agrada
Tu és o teu preço
És a tua glória
Tu és o teu medo
És a parte má da história
Vê que o sol ainda brilha
Ainda tem por onde arder
Não é mau
Não é bom
São razões para viver

Agora pára de fazer sentido
Não vês que assim estás a pisar fora da estrada
Vê se agora páras de fazer sentido de uma vez
Não vês que nada nos dirá mais do que nos diz nada

Se eu largar eu vou sentir a sua falta

Tu és tu sempre que tu és
És mesmo tu quando pensas que és outra coisa
E tu pensas que não mas tu és mesmo bom a ser sempre
Quem és
Daí o teu motivo ser inapagável
Daí o teu desejo ser incontornável
O prazer é tão maleável
Daí o seu valor ser inestimável

terça-feira, 6 de janeiro de 2009

O Senhor que Sabia Tudo e o Senhor que Não Sabia Nada


Estavam sentados lado a lado, no comboio. Conversavam com o desapego ao caminho de quem está habituado a fazer a linha de Cascais. Não podia ser a primeira vez: não seguiam o mar com olhos, pela janela, e a idade já não admitia muitas primeiras vezes. Tal como naqueles filmes em que o Danny De Vito faz de vilão, o líder era o mais baixo. O Senhor que Sabia Tudo.
Penso que lhe chamam monólogo dialogado ou coisa do género. O Senhor que Não Sabia Nada, mais alto, mais magro e de voz suave, dava o mote. O Senhor que Sabia Tudo respondia, discordava e ensinava na sua voz de megafone. Nunca perguntava.
"Devias ter ido logo tratar disso. Mal a médica te desse o papel, ias logo lá. Já passaram nove meses!", ralhava. Senti atrás de mim o embaraço infantil do Senhor que Não Sabia Nada. "Se me tivesses dito logo... Passou-me." Este era um bom mote de que o Senhor que Sabia Tudo não precisava. Afinal, de uma maneira ou de outra, chegaria a parte mais importante da conversa (ou não fosse ele um ser humano, já velho demais para imposições morais do super ego): "e eu disse-te! Tantas vezes! Fartei-me de te dizer!". E se não disse, ficou dito agora, alto e sem pudor nenhum. Quem tinha razão era ele.
Ouviu-se novamente a voz de trovão: "tanto espaço, tanto espaço e as pessoas todas encaixotadas em prédio enormes. Em vez de construirem coisas mais baixinhas...". "Mas também não se pode construir em todos os espaços...", soprou timidamente para a minha nuca o Senhor que Não Sabia Nada. "Não! Aqueles caixotes enormes, aquilo nem é qualidade de vida. É como no Brasil. No Brasil ainda é pior, vê-se nas novelas." Provavelmente, os dois Senhores só tinham chegado ao Brasil através das novelas, mas um, mais esperto, sabia que era mesmo assim como se via na televisão. Devia ter lido nalgum lado.
Levada por estes pensamentos e pelo livro que tinha nas mãos, perdi o fio à meada. Desperto com palavras cuspidas com autoridade: "Tem de se fazer logo as coisas! Então nesta idade... Não podes deixar tudo para o dia seguinte. Isso não é vida... é deixa andar, é preguiça!" A sabedoria espalhava-se como fumo pelo comboio. E todos aqueles fumadores passivos, passivamente sentados, cabeças enfiadas nos jornais, nos livros, ou em si próprios, sem saberem o bem que a sua indiferença deixava escapar.
O Senhor que Não Sabia Nada já não respondeu. Afinal, que sabia ele? Ao menos, o paternalismo do Senhor que Sabia Tudo, sentado na coxia (certamente chegaria primeiro à porta na hora de sair), presenteava-o com o lugar à janela. Não sabia nada, mas era de si que o mar estava mais próximo.

Israel ou Palestina

Sempre tive dificuldade em decidir de que lado estava: Israel ou Palestina. Ouvi defesas de ambas as partes e não consegui escolher. Hoje, ao ler o Público, percebi que afinal a minha escolha sempre foi clara. Só não me tinha apercebido de que era uma hipótese. Nem Israel nem Palestina. Estou do lado da paz.

Aqui, um excerto:

Diz Roi: "O meu conselho a todos é reforçar as capacidades de empatia. O Presidente-eleito [Barack] Obama estava certo quando, numa visita a Israel, afirmou: 'Se alguém lançasse rockets sobre a minha casa onde as minhas filhas dormem à noite eu faria tudo ao meu alcance para impedir isso. E espero que os israelitas façam o mesmo'. Isto é o que o mundo precisa de fazer antes de chamar a Israel 'um cancro entre as nações'. Desafio os leitores do seu jornal a interrogarem-se sobre quão contidos seriam se uma organização político-militar em Espanha bombardeasse as suas cidades com mísseis numa base diária. Quão tolerantes seriam se as suas povoações ficassem paralisadas com medo?""Ao mesmo tempo, também desafio os israelitas a fazer o mesmo [raciocínio] com os palestinianos. Imaginar o que é estar sob ocupação ou viver sitiado. Olharem para as imagens dos mortos e feridos, fixar os rostos dos oprimidos e imaginarem as suas próprias famílias. Imaginarem que essas pessoas, tal como eles, têm planos, que também querem viver e ser livres. Faria desse exercício mental parte do currículo escolar em Israel.""O meu conselho a todos é que se ponham no lugar daqueles a quem chamam vilões. Fazê-lo poderá não causar o mesmo tipo de legítima indignação mas dificultará muito mais que se desumanize e se destrua, física e culturalmente, o outro. A batalha para Israel-Palestina não é o cenário do bem versus mal, e tratá-la assim não ajuda ninguém."

Aqui (págs. 4 e 5), o texto todo.

domingo, 4 de janeiro de 2009

Ontem à noite

Subia a rua do Norte. Era quase 1h da manhã. A mensagem de uma amiga tinha-me libertado do sofá e da playstation e dado o empurrão necessário para me pôr a caminho. No caminho, subindo aquela rua do Bairro Alto, de telemóvel na mão e olhos na mensagem que estava a escrever para a minha metade, ouvi: "olha para a frente senão cais".

Nestas alturas não podemos perder a esperança. Já não levantamos os olhos para estes "piropos" ou lá o que é (chamamos-lhes assim para não admitirmos que estamos de facto a ser gozadas), pensamos que vamos ouvir mais um ou dois destes naquela noite e depois voltamos para as nossas casas, sozinhas e com o ego exactamente do mesmo tamanho. Mas, às vezes, podemos começar a noite com "olha para a frente senão cais" e acabá-la de maneira diferente.

"És lindíssima", disse-me. Por essa altura, já estávamos na Bica, à porta dos bares fechados desde as 2h. Depois apresentou-se, com um cartão que dizia art director, que combinava com os óculos de massa, mas não com a roupa toda preta. Antes, perguntou "algum de vocês é namorado desta mulher?". Já eu me preparava para apontar para o único solteiro presente, quando a Primes se adiantou. "Não, não, está livre como um passarinho". Tentei dizer-lhe com o olhar que livre, sim, mas não para toda a gente. "És lindíssima", disse ele então. Durante todo o tempo usou palavras como "linda", "deslumbrante", "a mulher mais linda que já vi", a que fui respondendo com as bochechas vermelhas e o riso na boca "muito obrigada". É possível (e até muito provável) que o jovem tenha subido a rua a dizer estas coisas às meninas que ia encontrando, embora ele tenha garantido que nunca tinha feito aquilo e que era o álcool a dar-lhe coragem.

Decidida a divertir-se com aquilo tudo, a Primes perguntou-lhe quem era ele, de onde vinha, quantos anos tinha (36. aparentemente, os homens com menos de 30 desistiram de mim). Ao início, parecia uma reprodução do meu ex-namorado, mas numa versão feia, muito menos cool e muito mais esquisita. Apesar das boas intenções, o rapaz rapidamente fez asneira. Falou da ex-namorada. Várias vezes. Até ao ponto de a Primes, decidida a que o rapaz acreditasse que tinha alguma hipótese, fazer o gesto de quem corta o pescoço e dizer "estás a falar muito da ex-namorada; isso não é bom". De repente, sem qualquer razão, pergunta-me: "gostas de Nine Inch Nails?".

Depois, diz-me que faz reiki e que consegue ver a energia das pessoas. Que quando me viu, "foi uma cena incrível" (aparentemente, tudo para ele era "uma cena" e, que sorte!, "incrível"), tinha imensas cores à minha volta, "parecia aquela coisa do Hulk". Stop. Comparar uma mulher ao Hulk, não é, repito, NÃO é, seja em que circunstância for, uma boa ideia. Nunca. Depois, fez-me levantar a mão direita e pôs a mão dele sobre a minha, para que eu pudesse apreciar os seus poderes reikianos. "Vês?", disse ele. Eu não vi. Quer dizer, vi toda a gente à minha volta a rir e vi que a unhada que levei na passagem de ano ainda lá estava marcada.

Entretanto, o rapaz desistiu de me impressionar e resolveu inserir-se no grupo. Acabou a convidar toda a gente para jantar, peixe com pimenta. Mais tarde, disse "tenho um candeeiro incrível para comer", ao que eu, obviamente, respondi "então não era peixe?". Candeeiros, música electrónica, design, tecnologia, lâmpadas com penas de pato-bebé, uma coisa chamada clay-não sei quê - o jovem tinha tanta vontade de falar que até discutiu o CERN e o acelerador de partículas. "Então, o rapaz até sabe umas coisas, vocês, mulheres, também são exigentes demais", dizem vocês. Mas vocês não estavam lá: o homem não era culto, era chato.

Foi em grandes risadas, imaginando o jantar em casa do Art Director das Caldas da Rainha com uma ex-namorada que trabalha no Expresso, que nos fomos embora. No fim, fui para casa, sozinha e com um ego um bocadinho maior. Mas só um bocadinho - não posso esquecer que um homem, ontem à noite, me comparou ao incrível Hulk.

sábado, 3 de janeiro de 2009

Uma história de amor


Para as senhoras que ainda não viram: preparem lenços, suspiros, arrepios, romantismo e instinto maternal. Este não é um filme para ir ver com o namorado; há que pegar na amiga e pensar Hollywood. Não há espaço para cépticos, freaks, obcecados do cinema de autor europeu. Isso fica tudo lá fora.

Austrália é Hollywood em todo o seu esplendor: uma linda mulher, um lindo homem, uma linda criança, música de levantar os pêlos dos braços, imagens grandiosas, fantásticas paisagens, um pouco de História, guerra, porrada, injustiças, justiceiros, heróis, amor de enfraquecer os joelhos e um perfeito primeiro beijo. Um épico. Baz Luhrmann quis fazer um e fez; abriu as portas a tudo o que é cliché, juntou-lhe o seu brilhantismo enquanto realizador et voilà: um épico. Ao melhor estilo Gone with the wind e assumidamente assim.

Se nada vos emocionar, tremam com Hugh Jackman e a sua personagem. Aquele tipo de homem que nos agarra se desmaiarmos; aquele tipo de homem com mãos de seda para nós e de aço para quem nos trate mal; aquele tipo de homem que aparece no sítio certo, no momento certo; aquele tipo de homem que dança connosco à chuva; aquele tipo de homem que nos deixa ser fortes e independentes, mas está sempre lá para não nos deixar bater no chão; aquele tipo de homem que enfrenta a morte para salvar o que nos é querido; aquele tipo de homem que nos respeita e não nos esquece; aquele tipo de homem que queremos, mas não existe.

Enfim. Na verdade, é daqueles que até é lindo no filme, mas nunca o nosso género na vida real. Não são precisos braços assim tão musculados, mas braços com a mesma firmeza. Não é preciso ter toda aquela força, mas sim a mesma atitude. Não queremos ninguém assim tão másculo, mas, diz a minha prima, "queremos um homem que nos agarre".

Não podemos exigir uma história de amor daquelas, mas podemos sempre desejar uma história de amor.

sexta-feira, 2 de janeiro de 2009

Take me with you...



...always.


Há quase um ano, postámos um vídeo das Au Revoir Simone. Há coisas que não mudaram passados 365 dias. Uma delas é o gosto musical. Outra, os sonhos.

Este ano... vamos atrair coisas boas?

quinta-feira, 1 de janeiro de 2009

Feliz 1993! (para quem viu a RTP Memória)

Souvenir da passagem de ano. Olhando com atenção, vê-se o espírito da Gema a pairar sobre nós.


A minha mãe ligou-me à meia-noite e disse com a sua voz mais animada:

- Marta, adeus!!

Na verdade, ela queria dizer "bom ano". Primeira resolução: incentivar a minha mãe a beber mais vezes. Gargalhada garantida para ajudar a ultrapassar a crise.

Vamos dar as mãos e enfrentar o novo ano alegremente. Não se escondam, ele não morde.

Um 2009 que valha a pena para todos!