segunda-feira, 28 de janeiro de 2008

Barcelona, part tres



"Maybe we could be each other's soul mates. And men could be these great nice guys to have fun with", disse a Charlotte de Sex and the City para as suas amigas (andamos intelectuais nas fontes!).

Talvez seja verdade. Neste fim de semana, sempre juntas, deu para perceber o que é partilhar uma experiência empolgante com alguém que amamos. E há coisas que só podem ser perfeitas com os amigos.

Obrigada, Lilas (a casca deste ovo), por teres feito anos e por seres uma amiga tão especial que inspiraste uma prenda especial. Acho que a prenda foi maior para nós, que pudemos viver estes dias contigo.

O hostel não teria a menor graça se o lençol da Lilas não fosse demasiado curto. O Mercado da Boquería não teria a menor graça se não nos ríssemos imenso quando nos perguntavam a cada 5 segundos "quiéren algo?". A casa Batló não teria a menor graça se não cantássemos "se gostas de Barcelona, batlós palmas". As escadas da Sagrada Família não teriam a menor graça se não estivéssemos todas assustadas (embora soubéssemos que aquilo tinha de ter fim). O rapaz por trás do balcão não teria a menor graça se não comentássemos umas com as outras como ele estava bem cozinhado. E o metro não teria tido a mínima piada se não gozássemos com os seus caminhos labirínticos.

Barcelona, Lisboa, todas as cidades do mundo não seriam nada se vocês não estivessem nelas comigo.

Barcelona, part dos


É tudo mentira!!

Aqui, repomos a verdade: os catalães são muito simpáticos, os catalães respondem ao castelhano, os catalães tentam perceber o português.

Tudo começou no Hostel Centric Point, num dos muitos prédios lindos do Passeig de Gracia, a dois passos de alguns dos milagres artísticos de Gaudí. O Pablo da recepção cumprimenta-nos com apertos de mão. Todas as caras diferentes que vimos na recepção, se abriam em sorrisos quando dizíamos "buenos dias".

Assim foi em toda a cidade. Barcelona é uma cidade confortável. É fácil sentirmo-nos bem, à vontade, como se nos conhecessemos há muito tempo. Sem contar com o pequeno episódio em que tentámos sair à noite no Martim Moniz lá da terra, chamado El Raval...
Os defeitos são poucos. O maior é o bar mais lindo do mundo, El Bosc des Fades, não ter uma única bebida quente à noite, em pleno Inverno!

3 dias são pouco para ver tanta coisa, mas mesmo assim chegámos ao fim com as pernas feitas em gelatina (mas nem um kilo mais magras, já que comemos sempre que nem umas alarves).

Roteiro rápido:

Dia 1: chegada, almoço no McShit (claro!), check-in no hostel, passeio nas Ramblas até à praça Colombo, caminhada com cheiro mar até ao Bairro Gótico. Aí perdemo-nos nas praças, catedrais, ruínas romanas e ruas pitorescas. Jantar no maravilhástico Bilbao Berria, as melhores tapas de Barcelona, e tentativa de saída no Bosc des Fades (cheio de gente) e no El Raval.
Dia 2: visita à Casa Milá (mais conhecida como La Pedrera), almoço num italiano perto da Sagrada Família, visita à Sagrada Família (das coisas mais impressionantes do mundo!), subida de funicular ao MontJuic e descida a pé até à praça de Espanha. Jantar: paelha gigante e deliciosa!
Dia 3: visita ao Parc Guell, o país das maravilhas barcelonês, com as preciosas informações do senhor Juli Bernat, que nos fez ver Snoopys e mariposas onde antes só víamos pedras. Almoço fantástico no mercado de La Boquería. Regresso a Portugal...

Este foi o grande problema... ter de voltar da cidade confortável, cheia de gente a todas as horas do dia, onde se ouvem muitas línguas e a arte está na rua, ao alcance de todos.
Como é que se diz "saudade" em catalão?

Barcelona, part un

E, passado uma semana, cá estamos finalmente.
Ouvimos dizer que estava preparado um ataque terrorista para o metro de Barcelona no fim de semana passado. A grande questão que se coloca é: porque é que os srs. terroristas não conseguiram levar os seus planos avante? Há várias hipóteses:

1. Os senhores entraram nas escadas de metro erradas da estação Liceo e foram para o lado oposto ao que queriam. Para mudarem para a direcção certa têm de sair e comprar um novo bilhete e, como isto é gente que não anda por aí de carteira, desistiram.

2. Antes de pegarem ao trabalho, foram lanchar ao Café de l'Opera na Rambla e comeram churros com açúcar molhados em chocolate quente, acompanhados de café com leite condensado e chocolate. O banquete fez um ataque terrorista aos seus intestinos e não conseguiram largar mais a casa de banho.

3. Para não gastarem 3 euros cada um num cadeado (que eles lá por terem petróleo, não quer dizer que não sejam gente poupadinha), puseram as malas todas no mesmo cacifo. Como seria de esperar, rebentou e eles não conseguiram descobrir o caminho para fora dos destroços.

4. Ao passarem pela maravilhosa Casa Batló, juntaram-se à porta a cantar "se gostas de Barcelona, batlós palmas" e riram-se tanto que nem se conseguiram levantar do chão.

5. Encheram o bandulho com tapas deliciosas no Bairro Gótico e a continha salgada deixou-os sem dinheiro para comprar fósforos para as bombas.

6. Desceram a Sagrada Família a pé e nunca mais chegaram ao fim. Ainda lá estão hoje à voltas na escada em caracol, coitados... Alá os ajude.

Não, esperem... Isto fomos nós!


quinta-feira, 17 de janeiro de 2008

O meu serão de sonho

Portanto, vamos aqui fazer um ponto da situação: são quase 21h, eu estou na Duvideo a escrever posts no ovo, enquanto devia estar a editar umas certas peças sobre novas tecnologias. Porquê? Porque o chefão assaltou a minha sala para refazer um institucional para o governo. Era só meia hora... Mas sabem o que vou estar a fazer daqui a uma hora? Exactamente o mesmo que estou a fazer agora... NADA!!! Ninguém merece! Quero ir para casa, ou então quero trabalhar! DEIXEM-ME TRABALHAR!!!

quarta-feira, 16 de janeiro de 2008

Primeiro, Deus criou o céu e a terra

Depois criou aquelas coisas todas que nós sabemos, em apenas 6 dias, e é isto que nos faz ter a certeza que Deus não era um empreiteiro português. Depois destas coisas mais conhecidas, Deus criou a imaginação, a criatividade, a genialidade, os "Eurekas". E, ao sétimo dia da segunda semana, Deus criou o sono.

Quanto a vocês não sabemos, mas esta é a nossa pior fraqueza. Como é terrível a condição humana! De que vale ter projectos e mais projectos se depois quando chega a hora da "coisa em si" é de noite e está muito sono?! Assim, fica difícil...

As pessoas deviam ser pagas para ficar em casa a ter ideias. Lançamos aqui um apelo aos nossos governantes e aos partidos da oposição, quer dizer, os outros partidos, para que se crie uma nova profissão: técnicos especializado de pensamento livre e imaginação ao serviço da sociedade em geral e deles próprios em particular. Vamos enviar uma carta com os nossos NIBs, para que seja efectuado o devido depósito mensal. Garantimos produtividade, pró-actividade, qualidade, humidade e muitos "idades".

Só para meter nojo: hoje jantámos sushi e pizza de chocolate e côco. Toma!

PS.: For the record, não trabalhamos juntas há dois dias, mas estivemos juntas nos dois dias. Ou é amor ou falta de opção...

PS2.: O blogspot é uma gaja. Ora faz parágrafos ora não faz. Não dá para entender.

Um bem haja.

O ovo

terça-feira, 15 de janeiro de 2008

What a weekend...and so on...

Este fim-de-semana apanhei um dos sustos da minha vida! Não era suposto o desporto ser violento, devia ser saudável e uma forma agradável de passar o tempo. Levamos tudo com ligeireza a achar que as coisas só acontecem aos outros, mas, quando o nosso amigo do coração cai no chão e o tempo pára, tudo pára também! Não me quero lembrar daqueles longos minutos em que tudo ficou suspenso, nem da tua imagem no chão frio do pavilhão, nem das caras do outros meninos, nem do silêncio que dezenas de pessoas foram capazes de produzir... muito menos quero pensar no que senti durante aquela eternidade! Quero lembrar-me apenas de nós todos juntos em sorrisos e piadas de mau gosto quando tudo voltou a ficar bem, das mensagens e telefonemas de carinho que durante dois dias inundaram os nossos telemóveis, do teu sorriso quando eu entrei no quarto e me chamaste "Barda", alto e bom som! Tudo voltou a ficar bem! Se calhar, melhor do que nunca. Amamo-nos e não há sentimento melhor do que esse!

E como o fim-de-semana me deixou muito sensível, serve este post para fazer uma homenagem aos meus amigos do coração, que existem no meu mundo e o fazem mais belo todos os dias!
Como é tão típico em mim, ontem levei montes de trabalho para casa, porque esta cabeça só funciona com a pressão dos prazos (mas será que nunca mais aprendo???). Por volta das 22:30 dei a maior das tampas ao meu querido Manitas, que já estava todo lançado para um serão de cházinho e séries da Fox. Mas era impossível! Eu nunca iria acabar aqueles textos na minha vida! E o Manitas esqueceu-se das suas vontades e da minha grande lata (sim, eu disse-lhe mesmo "Por favor, não venhas cá ter a casa!!!) e foi para casa, ligou o msn e esteve até às 3:30 da manhã "ao meu lado", a motivar-me para fazer o trabalho e a dar-me conversa para eu nao adormecer! Se isto não é a maior prova de amizade do mundo, é o quê? E depois foi a vez da Clara, que por volta das 2h ainda foi escrever um texto para mim, porque eu já não conseguia pensar! Obrigada pela companhia e obrigada pelo amor!

Para acabar a noite, estava eu a lamentar-me ao Mani que estava morta e, ainda por cima, tinha de me levantar às 8h e ele partiu-se a rir! Claro que fiquei logo danada por nunca ninguém me levar a sério quando falo na responsabilidade de acordar cedo! E o meu período de lamechice, carência e sensibilidade acabou com a seguinte resposta: "Tita, as oito da manhã serão sempre as oito da manhã e tu serás sempre tu!"

*Aos meus amigos que estão sempre aqui*

Hoje, um novo começo

Hoje (tecnicamente, ontem) foi um dia muito importante. Foi o 'so-called' primeiro dia do resto da minha vida. Hoje comecei uma nova etapa, mas não sozinha. Há muita gente ao meu lado neste novo começo na continuação (já faz lembrar um certo Estado Velho), que, eu sei, partilha comigo a nostalgia do que era antes e o entusiasmo do que vai ser daqui para a frente. Hoje fui obrigada a encarar o futuro, olhos nos olhos, a perceber que as coisas vão mudar, aliás, estão a mudar. Não tive medo. É só uma nova forma de pisar um terreno já familiar. Hoje pus o pé direito na escada e entrei. Sem medo. Hoje, caros amigos, utilizei pela primeira vez a estação de metro do Terreiro do Paço!

Ah... E também disse adeus ao meu agora ex-emprego. Como diria a querida Fiona... oh, well.

quinta-feira, 10 de janeiro de 2008

"Fallen Snow"... fallen hair, no more!



Até hoje, a Gema recusou-se a ver vídeos das Au Revoir Simone. Hoje viu e a nossa 4ª resolução do ano está tomada: deixar crescer o cabelo.

Isso ou criar uma banda com a nossa amiga Cátá chamada "Adeus, Maria Alzira".

É magia, não pode ser explicado!

Existem várias coisas no mundo que existem e basta! Não podem, nem devem tentar ser explicadas. O arco-íris é magia, o algodão-doce é magia, o menino na caixa da frente do Pingo Doce das Laranjeiras é magia! Como eles aparecem e donde vêm não interessa. Estão lá e, naquele momento, deixam-nos felizes, é para isso que existem! (Pronto, eu confesso que eu e a Clara ficámos um bocadinho com o carro parado à porta do supermercado a ver se aquela criatura do senhor saía, mas esfumou-se! Foi uma visão, claramente!)

Há outras coisas no entanto que, também sendo totalmente inexplicáveis, não são, de todo, magia nenhuma! É o caso da relação da Carla Bruni com o Sarkosy e a selecção musical do Mota! Em relação ao primeiro caso nem há comentários a fazer. (Correm boatos de que ele é que se está a aproveitar da imagem dela, o que significa que a pobrezinha deve estar mesmo apaixonada... que doença é esta da atracção fatal pelos homens feios? Primeiro o Mick Jagger, depois o Eric Clapton e o Donald Trump e agora este???) Em relação ao segundo... Como é que é possível um gajo ter uma playlist do mesmo género musical tão inacabável? Foi o dia todo com os hits dos 80's e dos 90's! "Let's get phisical, phisical!" Adoro!

Depois, ainda há as coisas que continuam a não ter explicação, mas que são absolutamente estúpidas! Porque é que é em duas semanas já fomos duas vezes ao McShit e porque é que continuamos a ser desbocadas e parvas que nem umas portas e dizemos o que nos apetece onde nos apetece? Senti ali uma certa vergonha da nossa amiga quando chegámos ao Rato todas animadas a dizer parvoíces sobre a precariedade! ;)

São as magias da nossa vida! Não perguntem donde é que elas vêm, nós também não sabemos, mas somos felizes assim! Ah, e por falar em magia, o Rufus Wainwright começou agora a cantar uma música da Judy Garland na rádio. Não há coisa mais maravilhosa!

quarta-feira, 9 de janeiro de 2008

Construção

Salve Mestre Chico Buarque, poeta das palavras, poeta da música, poeta da voz! Abençoado Deus, que tem deixado este seu enviado entre nós durante tanto tempo! Saravá!

Prestados os devidos respeitos...

Um dia, um amigo disse-me que o seu maior medo era não deixar uma marca no mundo, não ficar gravado na memória dos outros. Ao ouvir esta música, pensei "afinal, não é o grande medo de todos?" Não receamos todos morrer "na contramão atrapalhando o tráfego"?

Este é um poema sobre a indiferença. Um trabalhador numa construção, de passo tímido, cuja morte atrapalha a vida dos outros. O limite da indiferença. Como diria o Chico, "meu caro amigo" J., não vais agonizar "no meio do passeio público". Não vais atrapalhar o sábado de ninguém. A tua marca já cá está.

E nós também não morreremos na indiferença. Este é o ano em que vamos apenas começar a deixar a nossa marca. A seguir virá outro ano e outro e outro. Eu sei que nós e vocês, amigos, vamos flutuar "no ar como se fôssemos pássaros" e tropeçar "no céu como se ouvíssemos música". Temos um mundo em obras que precisa de nós. Afinal, somos todos tijolos da mesma construção.

terça-feira, 8 de janeiro de 2008

A frase mais curta de Saramago

"Demasiado tarde". Está na página 215 do Evangelho segundo Jesus Cristo. Este é apenas o terceiro livro que leio de José Saramago, mas não me perguntem qual prefiro. Impossível escolher. O ano da morte de Ricardo Reis foi uma óptima porta de entrada, que me fez rir e mergulhar em Fernando Pessoa, o que nunca pode deixar de ser uma boa viagem. O Memorial do Convento é mais pesado, mágico, repleto de personagens para lá de fascinantes. O que estou a ler agora é um dos mais originais livros que conheço, embora seja uma versão da história mais contada do mundo. E, em todos... a ironia! Três vivas à ironia, que faz dos europeus europeus e que me fez apaixonar por Eça de Queirós.
Que fique aqui escrito mais uma vez: Saramago é um génio.
Saramago não dá erros de português, conhece demasiado bem a sua língua para isso. Saramago é um escritor e, portanto, um artista. Saramago sabe de cor todas as regras da escrita - isso faz dele um escritor. Saramago quebra essas regras de forma brilhante - isso faz dele um génio.
Não importa o que José Saramago pensa de Portugal ou o que Portugal pensa de José Saramago. Também não é relevante a arrogância que torna as suas palavras quase incómodas. Ninharias.
São os livros que fazem o escritor e os dele são prodigiosos, maiores que um país, um continente, um mundo.
Saramago não é um grande escritor português. Saramago é um grande escritor. E a primeira vez que o li já foi "demasiado tarde".

segunda-feira, 7 de janeiro de 2008

The ride... it never stops at all


Starting now the wait is over... Começou há uma semana e, no momento da mudança, no momento que se repete todos os anos e em que todos os anos repito as mesmas coisas, a mudança foi diferente. Acabou-se a espera. Não consigo explicar porquê mas, desde que o ano começou, sinto que este vai ser diferente. Abri as portas da minha casa e da minha vontade e fiz exactamente o que me apeteceu, sem pensar no chão que ia custar a limpar, sem pensar na música que estava demasiado alta, sem pensar nos 12 desejos à meia-noite, sem pensar nas cuecas azuis que, mais uma vez, não tinha comprado, sem pensar na areia toda dentro da roupa depois dos abraços na praia, sem pensar no que estava a fazer, sem pensar em arrependimentos futuros, sem pensar... Foi assim que começou o ano novo e é assim que sinto este novo ano. Não há tempo a perder porque a viagem não pára. I've been on the ride before, it never stops at all. Este ano eu já sei isso!

O ano que passou foi tão comprido... Ao olhar para trás, há alturas em que nem me reconheço. Continuo cheia de dúvidas na cabeça, de sorrisos tontos nos lábios e friozinhos na barriga. Continuo sem saber o que quero. Sim! Continuo à espera de coisas que nunca vêm e, quando vêm, já não tenho a certeza de as querer. Sim! Mas agora sei exactamente para onde quero ir. Quero embarcar nesta viagem que a Joan canta. Exactamente nesta viagem. Às vezes só queria que tivesses comprado um bilhete para esta minha viagem. E então, eu estaria sentada no banco a ver as árvores e as montanhas perderem-se no caminho e tu entravas na minha carruagem, sentavas-te ao meu lado e seguíamos juntos, em silêncio nesta viagem. Mas, por enquanto, continuamos em comboios diferentes e eu só quero seguir a minha linha, parar em cada estação e olhar a paisagem de perto. Quem sabe um dia eu entro noutra carruagem, procuro o meu lugar e lá estás tu, no lugar ao lado do meu, a olhar para as árvores e as montanhas que ficam para trás.

Uma semana! Foi tudo o que 2008 teve até hoje, mas a promessa do que o resto do ano trará já é mais do que suficiente para não parar agora. Um programa de televisão só nosso gémea? Uma miúda tem de sonhar! Até agora não nos estamos a sair mal! (lembrei-me agora de que temos um telefonema importante para fazer e não, não falamos com secretárias!!!) Um fim de semana em Barcelona já daqui a 11 dias. Um interrail marcado para Setembro. Uma curta-metragem para fazer, uma colecção juvenil para escrever... Já tenho as Maria Choc e o leitinho preparados para os nossos serões! Venha de lá essa bonança!

sábado, 5 de janeiro de 2008

Um desabafo: tenho uma enorme pena que o presidente venezuelano tenha o nome de um dos sobrinhos do pato Donald. Acho um desmérito para o pobre patinho.

Para quem ainda não viu, aqui fica uma pérola. Ai Hugo, Hugo... por que no te has callado?


O terrível ataque dos alienígenas russos


Esta noite tive um sonho. Eu estava na aula de ballet, ou melhor, na sala onde tenho aulas de ballet (embora fosse diferente). De repente, estala uma tremenda trovoada, sem chuva nem trovões, só relâmpagos, uns a seguir aos outros (não sei bem como dei por ela, porque a sala de ballet fica na cave, mas pronto, sonhos são sonhos e não devem racionalidades a ninguém). Fiz entrar todas as criancinhas (que de repente ali apareceram) para dentro da sala e eu fiquei à porta a falar com alguém que não me lembro agora quem era. Não sei bem o que dissemos, mas penso que foi qualquer coisa como:

- Eles avisaram que nos iam atacar!
- Será que são mesmo eles?
- Só podem ser! São de certeza!

E "eles", sabia eu no meu pensamento sonhado, eram alienígenas. Saí cá para fora. Quer dizer, sei que estava na rua, mas não me lembro da passagem do interior para o exterior. No céu, a fazer lembrar a caveira dos Death Eaters do Lord Voldemort, surge uma bandeira russa feita de fumo. Sei que era da Rússia, embora fosse azul e amarela e a verdadeira bandeira russa tem azul mas absolutamente nada de amarelo. Afinal, não eram alienígenas. Eram os russos.

Agora... o que quer tudo isto dizer? Será que o sr. Vladimir Filho da Putin está para atacar Portugal e nós não sabemos? Pouco provável... Será que os russos finalmente descobriram vida noutros planetas e fizeram uma aliança militar? Esta hipótese talvez seja mais viável.

Estalou uma guerra fria harry potteriana na minha cabeça. Onde está Freud quando precisamos dele?

quinta-feira, 3 de janeiro de 2008

"Vamos comê-lo cru, para não gastar carvão", já dizia o meu pai

Cru, pois claro. Sem medos. E assim lá fomos, vender o nosso peixe a quem nos quis ouvir. O senhor é bem simpático, recebeu-nos numa casa grande (muito grande mesmo!), com nome de dia dos namorados e de árvore.
Ele explicou-nos timtim por timtim tudo o que temos de fazer: como apresentar o projecto, como escrevê-lo, até se ofereceu para fazer o orçamento. Depois, é ver o que acontece.
Não ficámos extasiadas de alegria e ainda bem, porque tudo o que é demasiado forte acaba rápido. Fomos chamadas à terra, mas ninguém nos tirou a nuvem cor de rosa de baixo dos pés.
Quem sabe, qualquer dia, alguém liga a televisão, pára para ouvir a música, vê "projecto de" e diz 'eu conheço aqueles nomes...'

Quem nasceu primeiro? O ovo ou a galinha?

Não sabemos. Mas o ovo dentro do armário foi a primeira resolução de 2008. E, provavelmente, a única concretizada com tanta eficácia. Mas adiante. Ninguém pediu desejos: a Gema comeu as passas todas de uma vez (a lambona!) e a Clara nem sequer abriu o pacote. O ovo não começou inteiro o ano: separámos as gemas das claras; as gemas para o norte, as claras para o sul, mas voltámos a encontrar-nos, o ovo inteirinho dentro do armário. Este é o ano de bater as claras e construir castelos no ar; juntar às gemas a farinha e fazer bolos de 20 andares; de tentar bater a massa à mão, mas não ter vergonha de pedir ajuda à máquina; de usar sempre azeite e nunca margarina. Este é o ano de não ter medo de dizer "sozinha não consigo" e perceber que isso não é uma fraqueza; de admitir que um ovo só é ovo com uma clara e uma gema.

E agora, senhoras e senhores, o manifesto:

1. Não queremos dar a conhecer a nossa vida ao mundo.

2. Não queremos que as pessoas descubram o que pensamos.

3. Não queremos falar dos nossos problemas.

4. Não queremos contar os nossos sonhos.

5. Não queremos dar a nossa opinião.

6. Não queremos ler comentários dos outros.

Mas é claro que vamos fazer isso tudo. É desta que saímos do armário.
Gema e Clara