sexta-feira, 22 de maio de 2009

E se a literatura salvar jornais?

Quero contar-lhe uma história. Dou-lhe dois inícios à escolha.

1. Ontem, um prédio na Avenida da Liberdade incendiou-se às 15 e 45, devido a uma fuga de gás.

2. Dar cinco passos, parar, tocar e deixar as cartas. Parecia um dia igual a tantos outros. José Santos, carteiro há mais de 20 anos na Avenida da Liberdade, deu os cinco passos de uma porta à outra, parou, mas não tocou. Cheiro de fumo.

Se escolheu a segunda hipótese, sente-se e beba um copo. Apresento-lhe o Jornalismo Literário.


Par ou Ímpar do JL nº1008, ler mais aqui.

5 comentários:

Faby disse...

A segunda hipótese com certeza. Venham os jornais literários!

Provocador disse...

Desculpa, posso pedir as minhas omeletes com o fiambre e o queijo à parte? Assim o ovo num pratinho e o resto no outro. É porque quando tenho tempo, quero ler a segunda história. Quando quero estar informado, exijo a primeira.

Marta disse...

a primeira está na internet. a segunda não tem de ser longa ;)

Artur disse...

Ao ler uma notíca prefiro mil vezes a primeira versão. Gosto muito de literatura não preciso de pseudo-literatura numa informação. Ainda por cima com o péssimo jornalismo que prolifa por cá imagino o que vai sair daqui se todos os jornalistas agora se armarem a escrever contos e romances a partir da notícia de que o Boavista desceu para a 2ª divisão. Estou já a imaginar: "A lágrima corre pelo rosto bronzeado pelo sol dos relvados do ponta-de-lança..." Por favor. Escrevam livros, poesias, contos, mas não misturem as coisas. (E eu sei que isto é o dia a dia do jornalismo americano, que no conteúdo sou grande fã mas na forma por vezes nem por isso, pois bem me lembro do ridículo que achava quando traduzia notícias num emprego de Verão no Wall Street Journal sobre economia e que começavam quase inavariávelmente por "Fulano de tal, ajeita a sua gravata e olha para a paisagem urbana da baixa de Chicago. Na parede do seu escritório o diploma de Harvard reflecte o sol que se põe no horizonte. Etc, etc" e aí lá para o terceiro parágrafo lá diziam o essencial que a empresa X fez uma hostile takeover à empresa Y... Agora digam-me, preferem mesmo esta segunda versão em notícia???

Paulo Correia disse...

Mas a primeira hipótese também não é jornalismo literário? Não me lembro de ver outro prédio a incendiar-se. No filme "Big" com o Tom Hanks havia um prédio com braços. Será que este era um desses e se imolou em protesto contra as rendas altas?