"É o Snake!!"
Snake, para bem da tua reputação, põe uma foto nem que seja de um pedaço de ti na internet. Ou serás, para todo o sempre, confundido com o Slash.
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A menina abriu o armário e tirou quatro ovos. Cozido? Estrelado? Mexido? Escalfado? Hoje vai comê-lo cru.
Como qualquer ditador, Salazar até teria esse poderoso talento da persuasão. Mas, sejamos razoáveis, aquele homem seco e aparentemente nascido já velho teria sérias dificuldades em conquistar a Soraia Chaves. A escolha do cheio-de-atributos Diogo Morgado para o papel não chega para nos esquecermos da falta de charme do verdadeiro.
Está na moda mostrar que o nosso tão fraquinho ditador também tinha vida pessoal, coitado, que até era de bons sentimentos. Foi mal aconselhado! Quem sabe se não foi mesmo obrigado por outros a perseguir, torturar, censurar; o pobre que era só um romântico. Se vasculharem bem nos empoeirados documentos escondidos na biblioteca de Santa Comba Dão, ainda descobrirão que Salazar, quando caía a noite, de mascarilha preta, espada em punho e capa esvoaçante, saltava de telhado em telhado no casario lisboeta, salvando os fracos e oprimidos (por ele, provavelmente).
Nasci em 84. Já andávamos a tentar ser uma democracia há dez anos. O sr. Oliveira Salazar, para mim, é figura de livros de História e personagem de conversas de pessoas mais velhas – sempre ditador, sempre de pensamento mesquinho, sempre uma das razões do atraso do nosso país, por tão bem personificar o que Portugal tem de pior: a pequenez, o provincianismo, o cinzentismo, a paralisia. Mas, afinal, atrás da cortina, deitava-se primeiro e olhava para ver quem estava na cama depois, sem regras, charmoso e sensual. Nunca se casou, porque se dizia casado com a Pátria. Se é assim, e acreditando no que vi na mini-série, Salazar deixou a Pátria enfeitada com muitos e bem grandes pares de cornos.
Publicado no JL nº1001, de 11 de Fevereiro