Da janela vejo: o rio Tejo em toda a sua imensidão; à esquerda, a ponte 25 de Abril, com o seu guardião de braços abertos do outro lado; em frente, o Padrão dos Descobrimentos, o Mosteiro dos Jerónimos e um barquinho à vela (que não garanto que lá esteja sempre); à direita, a Torre de Belém; por todo o lado, os telhados do casario do Restelo e Belém; no horizonte, a outra margem.
Bebo chá depois de almoço à varanda do meu novo local de trabalho. É um apartamento, forrado a BD e outras imagens, com mobílias vermelhas e azuis. Tenho o meu gabinete, com a minha secretária, com o meu computador e a minha cadeira com rodas.
O sol forte do pós-almoço, que já deixa adivinhar a tão desejada Primavera que se aproxima, deixa cair laivos dourados na água e põe-me a pensar... Se tudo isto fosse uma metáfora... Se tudo isto fosse uma imagem premonitória do que vai acontecer... Que lindo seria o meu futuro! Cheio de água, sol e cores! Será que basta saltar esta janela?
Alguém quer boleia no meu barco à vela?
PS.: E porque a vida não é só pintura impressionista, bonita e luminosa, fiquei trancada na casa de banho. Estava sozinha e entrei em pânico, mas depois lá consegui perceber que era eu que não sabia usar o trinco... Senti-me uma fera enclausurada numa jaula de cores fortes: o lado fauvista do meu dia de pinturas.
2 comentários:
Que orgulho da minha gémea! Um lugar à maneira para um trabalho que se pode tornar bem interessante. Vamos esperar que esse senhor perca rápido as ideias malucas que tem na cabeça e que jamais pronuncie as palavras "recibos verdes".
Podias aproveitar para pôr o chichi e o cocó em dia... tst tst...
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