sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

Hipérbole


Sou uma criança grande. Ok. 1,65m e 50kg não é grande, de facto. MAS o que interessa é o que está no BI e as ancas à portuguesa. Portanto, sou grande. Uma grande criança.

Sou mimada (i've been told) e detesto, d-e-t-e-s-t-o ser contrariada. Sou capaz de actos da maior generosidade e do maior egoísmo. Digo e faço imensas coisas sem pensar. Conservo, no entanto, alguma da sensatez e da sabedoria infantis, cujo valor positivo é bastante discutível.

Apesar de conseguir ser extremamente irritante, deleito-me com dias de sol, flores, risos e coisas coloridas. E deleito-me com coisas destas. Cheguei há pouco da Planeta Tangerina, onde fui amavelmente (mas sem sorrisos desnecessários) recebida pela Isabel Minhós, adulta responsável e educada e criança sonhadora de olhar franco. Ofereceu-me um exemplar de cada um dos maravilhosos livros que editaram e a Agenda 2009, cujo tema é a hipérbole e tem escrito na capa "o mundo é que exagera".

Pois, eu também sou da hipérbole. Vejo sempre as coisas maiores do que elas são, mais importantes do que elas são, piores ou melhores do que elas realmente são. Como o pescador que pescou um deeeeeeeeeste tamanho. Como a mãe que olha para a minúscula nódoa na gola e diz que "estás todo sujo". Como a criança que abre a goela e grita e chora porque caiu (embora nem tenha ficado um arranhão).

É assim mesmo que sou: uma criança. Isso causa-me problemas? Sou chata? Tenho menos amigos? Não... "o mundo é que exagera".

1 comentário:

Anónimo disse...

Não será exagero dizer que este blogue é uma pequena jóia. Subtil e elegante como a autora.