quinta-feira, 19 de março de 2009

Garrett e eu

A todos os que alguma vez apontaram para mim e sussurraram no ouvido do lado ou disseram olhando-me nos olhos: "Altiva!"

Altiva, sim, lá enfiei a carapuça uma dúzia de vezes, mas ao menos há versos que poderiam ser sobre mim, não fora o Garrett e eu nunca nos termos cruzado (pelo menos que tivesse dado conta).

"Que rosto! Em linhas severas
Se lhe desenha o perfil;
E a cabeça tão gentil,
Como se fora deveras
A rainha dessa gente,
Como a levanta insolente!
"

Almeida Garrett

Altiva e arrogante e mais não sei quê, mas com feitio digno de poesia. Ora tomem.

2 comentários:

Anónimo disse...

Garrett... Muita gente pronunciava o nome como "Gá-rré" (muita gente o faz ainda). O homem afinava: "Escreve-se g-a-r-r-e-t-t, com dois tês; façam-me ao menos o favor de pronunciar um deles..." Quanto à substância do que dizes, e mesmo sem que nos tenhamos alguma vez cruzado (pelo menos que tivesse dado conta), se há coisa que nunca me pareceu seres, é arrogante. Altiva, talvez, mas a altivez não é um defeito senão nos medíocres, e medíocre (em matéria de mediocridade, própria e alheia, sou uma autoridade) é coisa que não és de certeza. Snake.

Marta disse...

Caro Snake, o erro já foi emendado. Agradeço-te a sabedoria, uma vez mais. Quanto a ti não sei, mas aqui o Ovo já se cruzou contigo uma data de vezes.