Salve Mestre Chico Buarque, poeta das palavras, poeta da música, poeta da voz! Abençoado Deus, que tem deixado este seu enviado entre nós durante tanto tempo! Saravá!
Prestados os devidos respeitos...
Um dia, um amigo disse-me que o seu maior medo era não deixar uma marca no mundo, não ficar gravado na memória dos outros. Ao ouvir esta música, pensei "afinal, não é o grande medo de todos?" Não receamos todos morrer "na contramão atrapalhando o tráfego"?
Este é um poema sobre a indiferença. Um trabalhador numa construção, de passo tímido, cuja morte atrapalha a vida dos outros. O limite da indiferença. Como diria o Chico, "meu caro amigo" J., não vais agonizar "no meio do passeio público". Não vais atrapalhar o sábado de ninguém. A tua marca já cá está.
E nós também não morreremos na indiferença. Este é o ano em que vamos apenas começar a deixar a nossa marca. A seguir virá outro ano e outro e outro. Eu sei que nós e vocês, amigos, vamos flutuar "no ar como se fôssemos pássaros" e tropeçar "no céu como se ouvíssemos música". Temos um mundo em obras que precisa de nós. Afinal, somos todos tijolos da mesma construção.
5 comentários:
Tijolos e construtores. Num mundo em obras e nas obras dos nossos próprios mundos.*
«Amó aquella vez como si fuese máquina
Besó a su mujer como si fuese lógico
Alzó en el balcón cuatro paredes flácidas
Sentóse a descansar como si fuese un pájaro
Y flotó en el aire cual si fuese un príncipe
Y terminó en el suelo como un bulto alcohólico
Murió a contromano entorpeciendo el sábado»
é 'só' a minha música favorita do chico :)
Para quando poderemos nós, humildes e fiéis leitores deste blog, poder ler aqui umas letras de Caetano Veloso? Eu sugiro uma: "Homem"
Não tenho inveja da adiposidade
Nem da menstruação
Só tenho inveja da longevidade
E dos orgamos múltimos...
Saravá, clara!
Saravá, gema!
Que vocês sejam trolhas do meu estaleiro por muitos anos...
P.S.: acho que há uma mensagem carinhosa neste comentário. Só é preciso um pouco de boa vontade =)
Enviar um comentário