Ontem, a minha querida companheira de omeletes disse o seguinte:
"Tens de perceber que anda meio mundo a tentar comer o outro meio".
Depois de me rir muito, pus-me a pensar. Quando é que nos tornámos cínicas? Quando é que deixámos de acreditar em príncipes encantados, sonhos cor de rosa e finais felizes?
Não sei em que momento se deu essa viragem, nem sei qual foi o click que nos fez ver as coisas de maneira diferente (ou abrir os olhos?). Também não sei se isso é um reflexo de maturidade ou da crise económica.
É verdade que o cinismo é bem mais divertido e evita as dores agudas de que sofrem os românticos. Mas será que também não evita as suas alegrias? Não faço ideia. A minha experiência já deitou por terra muitas das minhas ideias encantadas, mas a minha inexperiência ainda não me deixa saber se isso é bom.
Por via das dúvidas, hoje pus uma flor ao peito.
6 comentários:
romantico é melhor, mas cínico é mais divertido. não se pode ter tudo baby.
caraças estou mesmo ressacado, não era aquilo que eu queria escrever. A conclusão é a mesma: não se pode ter tudo. e, às vezes, não se pode ter mesmo nada.
Acredito no poder das flores. Longe de cinismos. Pode-se mesmo ter tudo. É preciso procurar. É preciso persistir, acreditar. E dar um passo no abismo. Nascem asas. Pode-se voar.
Já te disse e repito: tu és daquelas pessoas (raras) que nos fazem acreditar que se pode mesmo voar.
Que este seja o primeiro de muitos comentários aqui no Ovo, querida Francisca :)
Benvindas, Clara e Gema. Eu já vos adorava e, agora, na vossa vertente cínica tenho a certeza de que serão ainda mais deliciosas. Um barco não é mais bonito se remar contra a maré só porque sim. Mas um barco que rema a favor da maré, para em tempos de calmia ir dar a pastagens marítimas mais calmas... esse sim é um barco inteligente. Nem que seja um barquinho feito de casca de ovo. Vocês? São óptimas!
A minha (dorida) experiência diz-me antes que anda meio mundo a tentar comer um décimo do outro meio: o décimo (vigésimo do total) que inspira sonhos cor-de-rosa (e não só), ilusões de finais felizes, memórias de histórias da carochinha. Dessa voraz metade, lamentavelmente, só uma pequena porção provoca reacções recíprocas nos óbvios objectos do desejo... É a receita (com umas pitadas de frustrações de outra natureza) para a infelicidade geral - a chamada dor de corno, de que também eu, Snake, padeço....
Enviar um comentário